Solução fácil, porém, desprezada
Para nós que residimos em cidades interioranas, não podemos nos dar o luxo de permanecermos como observadores.
A surpresa política internacional da semana foi a revogação (anulação) dos vistos de entrada nos EUA de funcionários brasileiros por causa da contratação de médicos cubanos pelo programa 'Mais Médicos' na época do governo Dilma Rousseff (janeiro de 2011 a agosto de 2016). Após a atual posse de Donald Trump (20 de janeiro de 2025) na mesma presidência norte-americana, por consequência da acusação de sua interferência como presidente nos assuntos brasileiros, Estados Unidos e Brasil vivem confronto de poder oficial, principalmente pelas forças políticas antagônicas, longe de chegarem a necessários acordos.
Para nós que residimos em cidades interioranas com limites mais sensíveis às quebras de rotinas, não podemos nos dar (conforme estamos) o luxo de permanecermos como observadores. À semelhança do restante do país sofremos tal e qual nossos irmãos brasileiros e temos o direito de sermos igualmente assistidos.
Já acendeu, e não faz pouco tempo, o 'alerta vermelho': Sofremos taxação de 50% sobre produtos brasileiros exportados aos EUA o que afetou diretamente setores como agropecuária, mineração e manufatura; Municípios que dependem da exportação de commodities (soja, carne, café) podem ver seus mercados encolherem, levando à queda na produção e no emprego; Redução de Investimentos, com a instabilidade política e diplomática que afasta investidores estrangeiros, inclusive americanos, que são importantes financiadores de projetos em cidades pequenas. Isto pode congelar obras de infraestrutura, tecnologia e educação, afetando o desenvolvimento local.
Há também interrupção de acordos bilaterais feitos com outras economias; desvalorização econômica regional; impacto direto na população com aumento do desemprego e da informalidade; alta nos preços de produtos importados e queda no poder de compra; crescimento da tensão social e da polarização política, inclusive em comunidades pequenas.
A lista é imensurável. O que mais preocupa é que 'poderosos' que poderiam provocar entendimentos e tentar soluções rápidas isentam-se de fazê-lo. Bastaria focarem a atenção no que está acontecendo neste momento. É tudo surpreendentemente previsível.
Porém, não abraçável.
É a nossa opinião.
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