Pobre País
Os laboratórios não determinariam esses prazos diferenciados se ambas as vacinas fossem produzidas com o mesmo ingrediente
Enquanto a população brasileira, em sua maioria, corre atrás do prejuízo causado pela confusão vivida há mais de um ano por causa da pandemia de Covid-19, percebe-se um desnorteamento geral, até dos mais ousados, sempre que se pensa em arrumar as coisas já para continuar a tocar a vida.
Um reflexo disso pode ser notado com o imbróglio recente em que cerca de 15 mil pessoas tomaram a segunda dose da vacina de laboratório diferente do que produziu a primeira e, portanto, com fórmula não igual. Não há uma garantia de que o produto de ambos os fornecedores seja 100% eficaz. Isto todos sabemos. Mas que o produto de um possa completar o de outro é um risco sério.
Se analisarmos com isenção, veremos que a segunda dose da Coronavac pode ser tomada menos de um mês da primeira; já a da AstraZeneca deve ser tomada três meses após a primeira. A pesquisa não detalha, mas não é errado supor que o cidadão que tomou a vacina da AstraZeneca tenha achado que não deveria esperar 'tanto tempo' para completar a imunização. Do mesmo modo, os laboratórios não determinariam esses prazos diferenciados se ambas as vacinas fossem produzidas com o mesmo ingrediente.
O pior de tudo é pensar que o período de três meses de espera significa 'período maior de risco de contração da doença', e não de que a primeira dose da AstraZeneca pode ser poderosa logo na primeira aplicação. Sem entrar no mérito, é apenas um modo melhor de ver as coisas.
A única certeza que temos, infelizmente, é a de que existem interesses 'nada científicos' agindo 24 horas por dia, e isto nos faz pensar sempre 'na pior hipótese' quando nos chega uma notícia seja do que for. Hoje sequer admitimos um mínimo de 'boa nova' em qualquer informação sobre o momento que vivemos. Pobre País.
É a nossa opinião.
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