Há uma expectativa com certo receio de como ficam as normas oficiais quando as eleições se aproximam. Isto, porque muitas atitudes manifestadas nessa época sugerem estar enquadradas na 'caça ao voto'. Um exemplo, a recente permissão das construções verticais com número de andares 'nunca de antes cogitados' na capital paulista; pouco tempo depois, a suspensão da mesma permissão pelo prefeito Ricardo Nunes, para 'estudos mais apurados', em atenção a protestos contrários à iniciativa. Se não viesse a público esta semana a informação de que mais de dois terços das doações de campanha para candidatos municipais vêm de empresas de negócios imobiliários (não apenas na capital) tal movimentação poderia ser uma iniciativa comum.

Tivemos a surpreendente notícia – ainda neste mês de junho – de que o solo da Ilha de Manhatan, onde está fixada Nova York, afundou alguns centímetros pressionada pelo peso dos edifícios ali construídos.

Jacareí não fica atrás nesse universo de contradições, guardadas as proporções temporais. Dois blocos de prédios com dez andares cada um foram impedidos, no Jardim Liberdade, por estarem planejados para menos de 100 metros da margens do Rio Paraíba. No entanto, a cerca de 1km dali, mais próximo do centro, sobe tranquilamente um edifício de pelo menos dez andares a 20 metros da mesma margem do mesmo rio.

Tem mais. Na 'rua da feira de domingo' já estão em vias de acabamento dois outros 'arranha-céus' de 27 andares cada um – nossas duas 'Torres Gêmeas' – que no mínimo irão infernizar ainda mais o trânsito por sobre nossa ponte principal quando estiverem habitados.

Nada contra a verticalização imobiliária, desde que dentro das normas cabíveis. O que não se pode aceitar é o tratamento sazonal de proibir ou aceitar segundo conveniências não bem explicadas. Podem parecer benesses eleitoreiras, o que não será nada bom.

É a nossa opinião.