A sueca Josephine Bornebusch, 44 anos, obteve fama internacional em 2024 com a série 'Bebê Rena', onde dirigiu alguns episódios. No mesmo ano a cineasta também dirigiu, além de protagonizar e roteirizar, o intimista 'O que Tiver que Ser' (Netflix), terceira fita sob sua tutela e um dos filmes mais vistos e aclamados desde que estreou no streaming.

Ela é Stella, mulher controladora às voltas com o casamento ruindo (o marido nunca está disponível e a trai). Simultaneamente, precisa lidar com problemas do cotidiano, a preocupação com o futuro dos filhos (o menor não lhe obedece, a adolescente está rebelde). Com a desculpa de ir assistir à competição de pole dance da filha, do outro lado do país, Stella sugere a viagem em família, com objetivo de, pela última vez, tentar trazer de volta a harmonia ao lar durante o 'período forçado' de convivência (serão 10 enormes horas de trajeto de carro).

Entre desacertos e discussões sobre relacionamento, revelações brotam, máscaras caem, culpas nascem, remorsos pipocam. Na medida em que os dias passam, resoluções são alteradas, o sentido da vida é explorado em diálogos às vezes ásperos, às vezes, confessionais, às vezes, controversos. Filme sensível, envolvente, destaca-se pela atuação linear da multiartista Josephine, que calibra bem o tom das emoções e comanda o elenco com sobriedade. Todos se sobressaem no momento devido.

Nas redes sociais, 'O que Tiver que Ser' é descrito pelo público como 'comovente', 'emocionante', 'angustiante'. Particularmente, me fez lembrar 'Laços de Ternura' (1983), com Shirley McLaine e Jack Nicholson, pelo tom dramático dos personagens e a apoteose final, digna de se encher lenços de lágrimas. Sobre Josephine, sua trajetória profissional é dedicada às artes, desde criança (iniciou no 'Nosso Teatro', companhia tradicional sueca, com mais de 80 anos de existência). Aos 18, numa série, conquistou o primeiro papel profissional. Desde então, escreve-roteiriza tanto seriados como longas-metragens. Tem talento a moça. Duração: 110 minutos. Cotação: bom.