Vereador quer proibir simulação com uso de bebês reborn em São José
Projeto busca evitar pânico e banalização de emergências reais com uso das bonecas hiper-realistas.
O vereador Senna (PL) protocolou nesta semana, na Câmara Municipal de São José dos Campos, um projeto de lei que proíbe a simulação de atendimentos médicos ou de emergência a bonecas hiper-realistas, conhecidas como bebês reborn, em espaços públicos do município.
A proposta surge em resposta a uma prática que tem chamado atenção nas ruas, praças e até em unidades de saúde: a encenação de situações dessa natureza com essas bonecas que, por seu realismo extremo, são facilmente confundidas com bebês de verdade.
"Já tivemos casos em que pessoas acreditaram se tratar de um bebê passando mal, gerando correria, pedidos de socorro e até mobilização de serviços públicos. Isso não pode continuar sendo tratado como algo inofensivo", explica o vereador.
O projeto de lei não proíbe a posse, o transporte ou a comercialização das bonecas, mas restringe sua utilização em situações que simulem atendimentos de emergência, como massagens cardíacas, respiração boca a boca ou encenações de socorro em locais públicos.
O QUE O PROJETO PROPÕE
De acordo com o texto da proposta, será proibida a simulação de atendimento médico, de urgência ou emergência a bebês reborn em vias públicas, praças, parques, unidades de saúde e prédios públicos em geral.
Entre as penalidades previstas estão advertência por escrito; multa de R$ 500,00 em caso de reincidência e multa de R$ 1.000,00 a partir da segunda reincidência, entre outros. A fiscalização ficaria a cargo da Secretaria Municipal de Saúde e da Guarda Civil Municipal.
O projeto prevê o uso com finalidade terapêutica, desde que em locais privados ou com autorização prévia da autoridade competente.
A 'febre' dos bebês reborn
Os chamados 'bebês reborn' são bonecas artesanais criadas para simular com precisão impressionante as feições e características de um bebê real. Com cabelos implantados fio a fio, textura de pele realista e peso idêntico ao de um recém-nascido, elas têm conquistado fãs por todo o Brasil e movimentam um mercado milionário, que vai desde colecionadores até uso terapêutico.
Apesar de seu uso legítimo em terapias e no colecionismo, a prática de 'simulações públicas' com essas bonecas vem causando desinformação, comoção e pânico entre populares, e até desvio de atenção dos serviços de emergência.
"O projeto não tem nada contra quem coleciona ou utiliza bebês reborn para fins pessoais ou terapêuticos. Mas simular um atendimento de emergência em praça pública, induzindo as pessoas ao erro e mobilizando socorro de forma indevida, ultrapassa os limites do razoável e do respeito coletivo", finaliza o vereador Senna.
A proposta segue para tramitação nas comissões da Câmara e, se aprovada, será encaminhada para sanção do Executivo Municipal.
Comentários: