Diagnóstico precoce é fundamental para evitar perda da visão, diz médica
Principal causa de cegueira irreversível no mundo, a doença afeta mais pessoas a partir dos 40 anos.
A maioria das pessoas já ouviu falar em glaucoma como sendo a principal causa de cegueira irreversível no mundo, que afeta mais pessoas a partir dos 40 anos. Apesar de mais raro (1 a cada 10 mil bebês), o glaucoma congênito ou infantil é muito grave e, se não for diagnosticado e tratado precocemente, leva à cegueira de forma muito rápida.
Conforme explica Márcia Keiko U. Tabuse, membro do Departamento de Oftalmologia da Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP), o glaucoma se deve a um desequilíbrio entre a formação e a drenagem de um líquido interno do olho, o humor aquoso. O acúmulo desse líquido gera um aumento da pressão ocular, que vai comprimir a cabeça do nervo óptico, levando à cegueira.
"O bebê que nasce com obstrução do local de drenagem desse líquido tem sinais diferentes do glaucoma do adulto. Como o olho do bebê é menos rígido que o do adulto, essa elevação da pressão interna do olho leva a um crescimento excessivo do globo ocular (buftalmo), e também a um edema (inchaço) da córnea, que dá um tom azulado da camada mais anterior do olho", afirma a médica.
Ela esclarece que os sintomas decorrentes dessas alterações nos olhos são lacrimejamento excessivo, muita fotofobia (o bebê não consegue abrir os olhos diante de luminosidade), olhos irritados e vermelhos, aumento do diâmetro da córnea. A oftalmologista pediátrica informa que o tratamento, na maioria dos casos, é cirúrgico, com o intuito de baixar a pressão intraocular. E deve ser feito após o diagnóstico, com exame sob narcose para medida da pressão ocular e fundo de olho do bebê.
"Entretanto, o diagnóstico deve ser feito de forma rápida e precoce, pois reduzir a pressão ocular do bebê é fundamental para que não ocorra uma perda do nervo óptico e cegueira irreversível", finaliza Márcia.
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