Numa entrevista ao jornal espanhol 'El País', o ex-ministro de Lula, José Dirceu, indagado sobre a possibilidade do PT não vencer à Presidência, disse, em setembro de 2018, pouco antes das eleições: 'vamos tomar o poder, que é bem diferente de ganhar eleição'. Declarou, ainda, que 'a elite deveria rezar' para que ele, Dirceu, ficasse longe do poder.

O país vivia momento alto da 'Operação Lava Jato', a exemplo das tantas prisões 'nunca antes assistidas neste país', e muito desse ódio que se percebia na citada entrevista deveria ser motivado à campanha antipetsta já bem evidente na época. Entretanto, coincidência ou não, a demonstração de 'uma força' exercida por um 'poder renitente' que se fez sentir a todo momento notadamente hoje não deve ser desprezível.

Existe ainda muita coisa a ser revista neste momento conturbado, mas é preciso que os beligerantes não se esqueçam de que a população entrou nessa cumprindo o que lhes dizia a própria consciência, sem ameaças, sem revanchismo, apenas movida pela esperança de poder continuar a viver dignamente, mesmo que fosse a duras penas.

Não é o que vemos nestes pouco mais de dois anos. Assolado pela pandemia, um número altíssimo de brasileiros perde emprego, liberdade, acesso à saúde como um todo, à alimentação ao direito de ir e vir, a proteção das autoridades e – quase – a ter esperanças, porque esta é mantida pelos resultados previsíveis que hoje estão cada vez mais obscuros.

A atual fase vermelha do Plano SP que reinauguramos hoje (6) é prova incontestável disso. Para assustar ainda mais, uma criança de quatro dias de vida, em Taubaté, testou positivo para o Covid-19, infectada pelo pai. Essa foi a vítima mais nova. Há outros casos de crianças com mais dias de vida. Que fazer? Separá-las dos pais?! Uma revista internacional de saúde acaba de publicar que o 'fechar tudo' não funciona. Se é para confundir, prato cheio.

É a nossa opinião.