O silêncio dos ‘espertos’
Somos vítimas de aproveitadores que usam nossos medos para atingirem seus objetivos escusos
Desde o primeiro semestre deste ano voltamos a viver no Brasil a preocupação pela falta de chuvas, realidade que inspirou principalmente os 'arautos do apocalipse' a preverem um longo período de estiagem com reservatórios baixos em todo território nacional, seca iminente, apagões e prejuízos a plantações e à pecuária. Novas ameaça a nos tirarem o sossego, como se não bastasse a pandemia que ainda paira no cotidiano.
Entretanto, tivemos, nas últimas semanas, como nesta que termina, chuvaradas intensas: enchente em Ouro Preto (MG) desabrigou mais de 100 famílias na quarta-feira (20); aguaceiro no Rio de Janeiro causou enormes prejuízos; a Rodovia dos Tamoios teve queda de barreiras, sendo obrigada a permanecer bom tempo interditada na serra de tanta chuva que caiu na terça-feira (19). Em Mato Grosso, Goiás, cone Sul do país, mesma coisa; prevê-se repetecos para longa faixa no Norte, em São Paulo etc etc... Sobre tais fatos poderia ter havido uma previsão séria que evitasse muitos prejuízos, mas preferiu-se 'politicar'.
Se houver menos vítimas pela pandemia, os holofotes voltam-se para o combate ao tratamento precoce da Covid-19 ou atenções para uma nova cepa, sempre pior que a anterior, do vírus. Destaques a novos horrores, ao invés de um trabalho conjunto de união nacional que ponha fim a esse ou a qualquer outro martírio da vez. Estas afirmações mostram o quanto somos vítimas de aproveitadores que usam nossos medos para atingirem seus objetivos escusos.
Já estamos em plena Campanha Eleitoral-2022 (disfarçada, claro), que promete ser das mais agressivas dos últimos tempos. O mínimo que podemos fazer é nos conscientizarmos (já!) de que mesmo com tantos obstáculos ainda somos quem decidirá boa parte dela. Nossa vizinha Caçapava inovou em 2020 ao trocar todo o comando municipal (prefeito, vice, todos os vereadores e, consequentemente, os comissionados). Não houve um pio dos 'caciques' locais, entendidos, nem dos 'espertos'. Silêncio que sugere a solução estar por aí.
É a nossa opinião.
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