Não há dignidade em viver de sobras
Uma cidade sem Plano Diretor tem uma série de prejuízos financeiros com a falta de investimentos.
Nestes tempos turbulentos assistimos a uma enxurrada de maus exemplos. Grandes poderosos que nos governam não se comportam como o desejado. O enrosco é político. Aos grupos mais ávidos de poder não interessa qualquer tipo de progresso 'do outro lado', que – assim entendem – lhes tira a influência sobre o eleitor dependente. Aqueles que 'só pensam naquilo' buscam filigranas da lei para chegar aos fins que almejam; são hábeis em criar dificuldades que emperram iniciativas de sucesso.
Os acontecimentos nacionais mostram-nos algumas táticas de manutenção do poder praticadas por certo grupo. Uma destas, cujos efeitos nos atingem há tempos, é criar casos que bloqueiem ações rotineiras do executivo, como, por exemplo, o uso de recursos judiciais que envolvam temas-tabus, mesmo sem razão. Jacareí não ficou fora desse quadro, apesar do crescimento que vem trilhando a duras penas.
A vítima dessa prática acaba de ser a revisão Plano Diretor do Município que vem sendo discutido exaustivamente nos últimos cinco anos, com criação de grupos de trabalho, escolha de delegados, semanas de reuniões para discutir projetos, apresentação de minuta do que se pretende, tudo acompanhado pelos componentes de corpo técnico da Univap, dentre tantas outras exigências. Uma liminar da Justiça, provocada por um grupo que até votara favorável ao texto, impediu sua votação neste dia 26.
Uma cidade sem Plano Diretor tem uma série de prejuízos financeiros de investimentos que contribuiriam diretamente para seu crescimento e geração de empregos. Principalmente pela desistência de instalação de grandes empresas, como um Centro de Distribuição de uma grande marca, há pouco mais de dois anos. Quase perdeu a loja Havan quando buscava instalar-se no município. Também as pequenas empresas sofrem dificuldades, dada a burocracia para conseguir licença para operar na cidade, sem regas claras a ampará-las.
Isto tudo significa travar a criação de novos empregos e – não raro – a diminuição de existentes. Não há dignidade em viver de 'sobras', como parecem querer os que boicotam qualquer possiblidade de progresso por esforço próprio.
É a nossa opinião.
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