Quarta-feira (7), parte dos 156 milhões de eleitores brasileiros 'disse' muito com sua presença maciça e pacífica, 'nunca vista antes', tanto no amplo espaço da Esplanada dos Ministérios em Brasília (DF) quanto na maioria dos outros locais do território nacional em que aconteceram as comemorações dos 200 anos da independência do Brasil.

Apesar de alguns incontroláveis desvios do tema principal com protestos evocando 'ativismos judicial', universitário e de outros setores importantes do país, é inegável que houve resgate de um patriotismo enraizado em todos nós desde os primeiros bancos escolares. Culto à bandeira e às cores nacionais estão registrados na internet para quem quiser conferi-los. Infelizmente, certa invasão da propaganda política mais ou menos disfarçada – para não dizer desesperada – esteve presente em todos os cantos sem qualquer possibilidade de contê-la.

Entretanto, a lamentável morte da Rainha Elizabeth II, na quinta-feira (8), desviou-geral o foco das intenções eleitoreiras, o que com certeza aliviou em muito as tensões que já se faziam sentir vindas de ambas as partes da polarização política por que passamos. Independentemente de resultados imediatos, o desvio de atenção por si só foi positivo, pois muitos já previam coisas piores. Não há exagero em dizer que a comparação do comportamento dos 70 anos do reinado da estadista britânica, que será bastante divulgado nos próximos dias na cerimônia fúnebre, poderá trazer uma luz positiva aos principais candidatos e respectivas militâncias. Esperamos.

Curioso é notar que há 213 anos, navios ingleses deram cobertura para o deslocamento da família real portuguesa refugiar-se no Brasil e, com isto, manter Portugal livre da ameaça da invasão napoleônica então já a caminho. Com isto, foi lançada a semente do nosso 7 de setembro festejado na última quarta-feira. Foi como se 'Beth 2ª' (para nós), aos seus 96 anos encerrasse a grande missão que lhe fora confiada, aqui na conturbada Terra, com um aceno de esperança aos 'netos afetivos' brasileiros. Que Deus Salve a Rainha.

É a nossa opinião.