Agosto brasileiro sugere cautela
A semana que termina neste sábado (14) teria motivos para se tornar um marco. O 'Boletim Coronavírus', publicado pela Subsecretaria de Comunicação de Jacareí, aponta para um agosto de menor número de óbitos por Covid-19 desde junho de 2020, mas ainda com novas mortes. O máximo de vítimas fatais foi em abril deste ano, com 123 óbitos; isto permite prever que 35 pessoas perderão a vida neste agosto; portanto, cautela.
Não há razão para comemorar enquanto houver gente morrendo. O desejável é atingirmos zero. Porém, na quinta-feira (12) o citado Boletim já registrava 12 contaminados que não resistiram ao mal.
Outra 'doença', entretanto, nos assola: nosso quadro político cada vez mais complicado e patético. O passado parece não assustar Brasília.
Estamos em agosto, mês historicamente de maus fluídos para a cúpula nacional. Indiferente aos registros da história, o Executivo protagonizou um desfile de aparatos militares na Praça dos Três Poderes, com buzinaços de apoio, mulheres oferecendo flores aos 'pilotos' dos tanques de guerra e homens berrando palavras de ordem contra outra cor de nossa bandeira que não seja a verde e amarelo.
'Morreu' na Câmara o projeto do voto auditável, mesmo com o presidente exibindo documentos do TSE, de anos atrás, atestando que hakers invadiram os computadores do tribunal. Já a Câmara aprovou projeto acabando com o modelo antigo da Lei de Segurança Nacional.
Houve 'barraco' na CPI da Covid, troca de farpas entre TSE, STF e Bolsonaro; anúncio de outro aumento do combustível e praguejamento do presidente contra opositores; atos que não impressionam mais ninguém, infelizmente.
Triste notar que a classe política atual não teme o sombrio mês de agosto que já teve suicídio de Getúlio Vargas (1954), renúncia de Jânio Quadros (1961), morte de Juscelino Kubitschek (1976), perda de apoio popular que levou Collor à renúncia, dentre outras más notícias que mereceriam ao menos uma demonstração de prudência.
É a nossa opinião.
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