A participação crescente de religiosos vem dando aos desfiles carnavalescos deste século um toque de abençoados. Em muitos casos, a novidade restringe-se a pequenos blocos e é curtida desvinculada de organizações oficiais, estas patrocinadas pelo setor oficial de turismo. Embora tal independência seja mais adotada na composição e desfile dos blocos carnavalescos, em diferentes dias, uma participação conjunta cresce lenta, mas continuadamente, e já chegou às escolas de samba. Portanto, notam-se os primeiros passos para uma participação geral dos religiosos nas diversas categorias.

O prefeito 'Periquito' (Luiz Carlos de Siqueira) da cidade de Aparecida, por exemplo, inovou este ano com o primeiro desfile carnavalesco da capital brasileira da fé. Periquito faz questão de esclarecer tratar-se de um evento 'modesto e destinado somente à população residente em Aparecida', e que tomou a iniciativa pelo amor que dedica aos que o elegeram para governar a cidade.

Um dos blocos que abriu mais uma vez o carnaval de Jacareí, foi o 'Rebanhão', da Paróquia do Carmo, com cerca de 200 foliões cantando marchinhas pelas ruas da cidade na noite de sexta-feira (9). O evento teve ainda a participação dos padres Luiz Fernando, Juvi, Cristian e Messias.

Não para por aí. Duas escolas do Grupo Especial do Rio, Unidos do Viradouro e Unidos da Tijuca contaram com um sacerdote cada uma. O padre João, da Igreja de Nossa Senhora de Fátima, de Niterói, defende que 'gostar de escola de samba não é pecado'. Ele vê com muita alegria a aproximação da Igreja com o carnaval, e já participou seis vezes em escolas de samba. Este ano, pela primeira vez, João desfilou na mesma Viradouro, porém como diretor religioso da escola.

São apenas alguns de muitos exemplos. Quem defende a novidade afirma que as participações religiosas somadas ao rigor organizacional dos desfiles são positivas; fortalece a população mais sofrida em seus duros embates do cotidiano. E com bênçãos celestiais, de quebra!

É a nossa opinião.