A indiferença da juventude
Afastamento dos jovens pela leitura pode tornar-se irreversível, com um custo intelectual devastador.
Nas entrelinhas da história humana, ler sempre foi a chave que abriu portas para mundos desconhecidos, ideias transformadoras e reflexões profundas. No entanto, testemunhamos hoje um fenômeno preocupante: o desinteresse crescente dos jovens pela leitura, um afastamento que pode tornar-se irreversível, com um custo intelectual devastador.
Com a ascensão avassaladora da tecnologia, as telas seduzem com estímulos instantâneos e recompensas rápidas, minando a paciência necessária para uma leitura contemplativa e enriquecedora. O tempo dedicado a livros, outrora um hábito essencial, é hoje frequentemente substituído por um fluxo infinito de conteúdos efêmeros, cuja profundidade é muitas vezes questionável.
A consequência desse afastamento é alarmante. A leitura não é apenas um passatempo—é um exercício que aprimora o raciocínio crítico, amplia o vocabulário e fortalece a capacidade de comunicação. Quando a juventude se distancia dos livros, perde-se também a habilidade de interpretar o mundo com profundidade e discernimento, tornando-se cada vez mais vulnerável à superficialidade de discursos prontos e à falta de pensamento autônomo.
Mais do que um mero lamento, este Editorial é um apelo. Educadores, pais e líderes culturais têm a responsabilidade de reacender o fascínio pelos livros, tornando-os acessíveis, instigantes e, acima de tudo, presentes no cotidiano dos jovens. A literatura não pode ser tratada como uma relíquia do passado, mas como um alicerce indispensável para um futuro intelectualmente vibrante.
Por isto, vemos com esperança iniciativas como a dos escritores de Jacareí de realizarem feiras de livros como a que acontece nestes três dias desta última semana de maio (29, 30, 31), num shopping local, com perspectiva garantida de repetir-se a curtos espaços de tempo, tanto com ofertas quanto com incentivos de continuidades estratégicas.
Se não enfrentarmos esse desafio com determinação, corremos o risco de perder não apenas leitores, mas pensadores, sonhadores e visionários. Resta a pergunta que não podemos ignorar: estamos preparados para pagar esse preço?
É a nossa opinião.
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