O Máximo do pioneirismo cinematográfico
Era o começo. Havia dezenas de salas de filmes em vários pontos da cidade.
Fala-se de uma adequação das salas exibidoras de cinema, com novo formato, que deve acontecer no 'pós-pandêmico'. Traz-nos à memória que há exatos cem anos – a partir da segunda década do século passado – Jacareí iniciava a convivência com exibições cinematográficas. Ainda rudimentar, claro. Era o começo. Havia dezenas de salas de filmes em vários pontos da cidade.
Eram 'telas improvisadas em recintos precários, com acomodações inadequadas e restritas', registra João Batista Denis Neto, o 'Jobanito', neste Diário de Jacareí. Segundo ele, em 1911 havia três cinemas: 'Ideal', com sessões corridas, 'Popular' e 'Biju', ambos com duas sessões diárias. Lotavam. Não raras vezes, parte do público assistia aos filmes de pé por falta de lugares nas cadeiras.
Tais salas não se enquadravam no mínimo exigido. Como os filmes eram mudos, necessitavam de orquestra e um aparato produtor de sons, porém o que havia mesmo era uma improvisação de ruídos: um pessoal atrás das telas batia latas, rufava tambor, bimbalhava sinos... e ia levando.
Até 1914, quando o empresário pioneiro Albano Máximo construiu a primeira sala apropriada para projeções, o 'Cine Rio Branco', no Largo do Bom Sucesso (hoje 'Conde Frontin'). Ainda cinema mudo, o local abrigava orquestra para fundo sonoro, com piano e violino destacados nas cenas românticas; rufar de caixas para cavalos em disparada nos 'faroestes' e efeitos de bumbos e caixas nos tiros e explosões.
Esse pioneirismo propiciou a revelação de músicos como os maestros Reinaldo Andrade e Agenor Guarany, além de vários instrumentistas dos quais se destacaram Terêncio Costa, Uberto Marino, Verano Câmara, Vicente Scherma, Benedito Gervásio, e as pianistas Mariquita Martins e Betty Nathas.
O filme 'Sempre no Meu Coração', inaugurou, em 1943, outra sala construída especialmente para cineteatro e filmes sonoros de grande porte, em tela 'cinemascope', o 'Cine Rosário', que perdurou até a década de 1990, também sob a influência de Albano, o Máximo do pioneirismo cinematográfico em Jacareí.
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