O 'Prêmio Eugênia Sereno', conferido ao 'Filho Brilhante', professor e historiador Benedicto Sérgio Lencioni pela segunda vez, tem o significado especial de ser uma sacudidela direta e farta nos responsáveis por manter atualizada a história jacareiense. A honraria, entregue a Lencioni no último sábado (5), foi pela edição do livro 'Os fundadores de Jacareí - A verdade e o mito', recentemente lançada, em que mais uma vez o autor rejeita a ideia de que o bandeirante Antônio Afonso e seus filhos tenham sido os fundadores de Jacareí, ao contrário do que é ensinado nas escolas e cantado na primeira frase do próprio hino da cidade, composto em meados do século passado.

É a segunda vez que o escritor, membro da Academia Jacarehyense de Letras e do Conselho de Notáveis do IEV-Instituto de Estudos Valeparaibanos, trata do assunto em livro. Desta vez, entretanto, ele vai além na trabalhosa pesquisa; em uma verdadeira viagem no tempo Lencioni narra como foi a ocupação do Vale do Paraíba, 'e como foram surgindo os povoados, as vilas e as cidades', explica a jornalista Giseli Ignez Lencioni, responsável pela apresentação da obra.

Lencioni insiste na indagação: 'Quem, afinal fundou Jacareí?' Para ele, é imperdoável que historiadores, professores e autoridades locais não irem fundo na correção de um erro histórico de tamanha evidência no gênero. São pelo menos 35 razões reveladas aos leitores que se não resolverem de todo o 'grande mistério', pelo menos não deixa dúvidas de que não tenha sido o citado bandeirante. Outra inovação está na qualidade das ilustrações cujas autorias são do próprio autor, do histórico Edson Braga e do famoso Belmonte, que fez sucesso com desenhos sobre a Segunda Guerra Mundial.

Periodicamente o IEV premia autores de livros sobre a região. Lencioni é autor de 12 livros, dentre eles 'A história da imprensa de Jacareí', 'Uma breve história dos 100 anos do Tiro de Guerra', 'O negro na história de Jacareí', e 'A Cidade no Tempo'.