Para celebrar o 88º aniversário de Jack Nicholson (22/4), escrevo hoje sobre 'O Dia dos Loucos' (1972, Prime), 46º trabalho dele, dos 63 que fez ao longo dos 54 anos de carreira (1956-2010), que assisto. O filme foi a terceira, das 6, parceria do ator com o diretor Bob Rafelson. O título original, 'O Rei dos Jardins Marvin' (tradução livre), foi abrasileirado a escantear referências claras dos EUA. Não somente isto. O jogo de tabuleiro 'Banco Imobiliário', igualmente originário da terra do Tio Sam, está implícito: cita ruas de Atlantic City, onde parte da trama se passa.

A obra deixa a desejar em roteiro e direção. Não é das fitas mais felizes tanto do cineasta como do elenco escalado. A história mostra David (Nicholson), radialista que apresenta um monótono programa à noite e mora com o avô na Filadélfia, indo encontrar o problemático irmão, Jason (Bruce Dern), preso há 18 meses em Atlantic City, que é o protótipo do fracasso do 'sonho americano': sempre se mete em projetos furados, tentando convencer David a se associar a ele em mais uma oportunidade de 'fazer fortuna'. Acompanhado de duas beldades – Sally (Ellen Burstyn, que no ano seguinte faria um dos papéis marcantes de sua carreira, Chris, a mãe da possuída Regan, de 'O Exorcista') e Jéssica (Júlia Anne Robinson, que morreu tragicamente 3 anos depois, aos 24, num incêndio) –, Jason pretende administrar um cassino no Havaí.

Nos ensaios, Nicholson encarnava Jason. Dern, David. Rafelson pediu que trocassem os personagens. Queria vê-los interpretando pessoas com comportamentos com os quais estavam desacostumados, já que David era introvertido e Jason, meio amalucado.

A sequência final foi rodada no Atlantic City Convention Hall, erguido em 1929, na época maior espaço coberto de vão livre do mundo. Na cena, Ellen Burstyn é mostrada tocando o histórico órgão de tubos do salão, instrumento deste tipo mais alto já construído. Duração: 103 minutos. Cotação: ruim.