A reprodução do castelo do vampiro é espetacular, bem como o ambiente sinistro que povoa a obra.
Quem é fã (fã mesmo) de cinema tem obrigatoriamente entre seus filmes prediletos 'Nosferatu' (1922), clássicos dos clássicos do Expressionismo Alemão. Em 1979 refilmaram. Ano passado, de novo. É sobre este de 2024 que tecerei comentários. A fita não é ruim. Direção de arte, figurino, maquiagem, trilha sonora: irretocáveis, tanto que receberam indicações ao Oscar – sem levar nada.
A reprodução do castelo do vampiro é espetacular, bem como o ambiente sinistro que povoa a obra. Para quem está boiando, 'Nosferatu' é adaptação do livro 'Drácula', de Bram Stoker, com nomes dos personagens alterados. Na história, Thomas (Nicholas Hoult), jovem corretor de imóveis, que pensa em subir na vida para se casar com a amada Ellen (Lily-Rose Depp), vai, por recomendação do chefe, à moradia do Conde Orlok (Bill Skarsgard, o assustador palhaço Pennywise de 'It: A Coisa', numa interpretação de encher os olhos) negociar a compra de uma casa, curiosamente, que fica bem em frente à dele, Thomas.
O que o rapaz não sabe é que Orlok tem fixação de outras vidas por Ellen e deseja a alma dela. Quando chega à mansão do vampiro, o corretor se assombra com o local e começa a desconfiar do verdadeiro propósito do Conde. Enquanto isso, situações estranhas ocorrem na cidade de Thomas: a peste, provocada por ratos, atinge a população. As mortes vêm aos borbotões. Robert Eggers ('O Farol', 2019) dirigiu e roteirizou o filme com mãos de ferro. Ele também se ocupou dos detalhes a que me referi no começo deste artigo: direção de arte etc. Entregou trabalho satisfatório. O que me incomoda é refilmagem em si, da qual não sou a favor em nenhum aspecto.
Geralmente, 90% dos casos, o filme novo é pior. Sim, porque comparações são feitas em todos os sentidos: época, elenco, direção. Quando Murnau comandou a obra de 102 anos atrás, com Max Schreck no papel-título, o impacto foi enorme. Duração: 132 minutos. Cotação: regular.