Domingo, 22 Junho 2025

O desfecho não resistiu

O desfecho não resistiu

Sóbrio, com elenco talentoso e script ágil, bons diálogos, 'Conclave' convence já nos minutos iniciais. 

Quem leu o livro 'Conclave', de Robert Harris, concordou com o Oscar de roteiro adaptado que o filme, de 2024, conquistou. Eu não li o livro e só acompanhei o Oscar deste ano por causa do filme brasileiro 'Ainda Estou Aqui', pois desde 2019 estou emburrado com a Academia de Artes por vários motivos que, inclusive, já citei neste espaço em outras ocasiões. Mas assisti a 'Conclave', dirigido por Edward Berger (que comandou a refilmagem de 'Nada de Novo no Front', 2022).

Sóbrio, com elenco talentoso e script ágil, bons diálogos, 'Conclave' convence já nos minutos iniciais. Ralph Fiennes, que nunca decepciona, está impecável na pele de Lawrence, decano dos bisp0s que organizará o conclave, eleição do novo Papa. Stanley Tutti, John Lithgow, Sergio Castellitto e Isabella Rosselini compõem um time de primeira no cast. Não deixam a peteca cair em momento algum.

Vemos bastidores da disputa para ver quem será o próximo líder da Igreja Católica – bastidores estes que não são apenas de poder, mas de ego. As mais variáveis direções ideológicas, conservadores versus progressistas, permeiam negociações, trocas de favores, traições, quebras de regras, revelações e conchavos. A história peca pelo modismo atual, a lacração absurda. No decorrer dos minutos, percebemos como a trama caminhará, colocando como vilão o personagem de Castellitto, o bispo Tedesco, cujas ideias são conservadoras demais para os colegas, e como 'bons moços', Bellini (Tutti) e o próprio Lawrence. Tremblay (Lithgow) e a Irmã Agnes (Rossellini) são os responsáveis pelas artimanhas nas coxias, que precisam desvendar segredos ou então estão mancomunados com alguém suspeito.

Se peca neste sentido, por outro lado é interessante observarmos a forma tacanha como o ser humano é, nos mínimos detalhes, que faz qualquer coisa 'para se dar bem na vida'. O egoísmo, até mesmo a falta de pudor, estampam a hipocrisia do desfecho, que ia muito bem até se desgraçar pelo politicamente correto. Duração: 120 minutos. Cotação: bom. 

 

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