Quando adolescente, eu achava a atriz Alicia Silverstone bonitinha. Minha única referência dela, por anos, foi o filme 'As Patricinhas de Beverly Hills', que completa em 2025 três décadas do lançamento. A passagem do tempo é cômica, a dizer o mínimo. Esses dias, um ex-colega de Ensino Médio me enviou um vídeo, também de 1995, do dia 20/12, de nossa formatura da antiga 8ª série. Lá me vi com 13 primaveras, quase 14, magrelo, cabeludo, tímido até o último grau, deslocado dos demais. Por sorte, a garota que fez par comigo na festa era a que eu considerava a mais linda da classe. A menina nada tinha a ver com Alicia. Pelo contrário.

Fiz esta firula porque, às vezes, estes 'pequenos' intervalos de 30 anos podem parecer ingratos, porém não são. Todos tendemos a melhorar. Ou não? 'As Patricinhas...', cujo título original, em tradução livre, é 'As Desinformadas', ou, na gíria, 'As Sem Noção', teve direção e roteiro de Amy Heckerling, cineasta famosa por comandar besteiróis dos anos 80, como as sequências de 'Olha Quem Está Falando'.

Ela se baseou, acredite se quiser, no livro 'Emma', publicado no século 19 por Jane Austen. Tudo bem que se baseou bem por cima, menos de 15%. Na história, Cher (Alicia) é a tal 'paty', moradora de uma mansão, com pai rico, bastante popular no grupo de amigas na escola, aquela que tenta unir casais, defende as minorias, soluciona o tédio fazendo compras no shopping.

Assistia à fita na "Sessão da Tarde" da Globo e me via em Josh (Paul Rudd), meio-irmão de Cher, acanhado, desligado, mergulhado no trabalho (auxilia o pai na advocacia) e estudos, sem ligar à loira de olhos azuis que o rodeia. A atriz Brittany Murphy, que morreu precocemente, aos 32 anos, em 2009, por circunstâncias até hoje difíceis de entender, fez sua estreia nas telonas com esta produção. Duração: 97 minutos. Cotação: bom.