Samba do candidato doido
Se ao invés de ouvirmos o que os candidatos dizem que farão, ouvíssemos primeiro 'como e por que eles prometem'.
Pesquisa do IBGE em cartórios de registro civil mostra que, com a pandemia, a média de convivência entre casais no Brasil diminuiu dos 18% anteriores para 14%. A Covid-19 mostrou que – salvo as honrosas exceções de sempre – em cada cinco casamentos, quatro casais não se preparam adequadamente para conviver e enfrentar as realidades do dia a dia.
Se ao invés de ouvirmos o que os candidatos dizem que farão, ouvíssemos primeiro 'como e por que eles prometem o que falam e o porquê de acreditarmos neles', talvez atingíssemos mais rapidamente uma escolha ideal para o país. Esta pelo menos seria (ou será) uma forma coerente de lidarmos com o que estamos vendo e ouvindo sem entender, neste início de campanha para eleições de 2020.
A diferença entre os dois exemplos é que, no primeiro, em curto prazo, uma única família sofre consequências de uma separação, lamentavelmente; no segundo, uma nação inteira paga por décadas seguidas a má escolha eleitoral, inclusive os 100% das famílias brasileiras pesquisadas.
Na quinta-feira (11), durante um evento, o diretor da Faculdade de Direito da USP bradou uma palavra de ordem ao final da solenidade de leitura de duas cartas pró-democracia: 'Estado Democrático de Direito já! 'Os citados documentos dão a entender, então, não estarmos nesse estado, tal como foi o brado por 'Diretas já!', 'Independência ou Morte' e outros que tais. Vivemos no país dos brados.
Como entender que a Fiesp assinou as cartas, mas o Ciesp não, se uma é corpo da outra?!; Candidatos condenados em instâncias superiores concorrem?! Outros declaradamente ateus – até pelo partido que representam – recebem comunhão em missa durante a campanha?!; Inimigos figadais em tempos de paz candidatam-se em chapas únicas na corrida eleitoral?!; Administrações democráticas obrigam chefias dos escalões a lerem o livro 'A arte da guerra' (aconteceu em Jacareí), e por aí vai?!
Tivéssemos criadores musicais de peso, não radicalmente engajados na campanha eleitoral, com certeza teríamos uma composição-lema para 2020: 'Samba do candidato doido'. Sem música não dá.
É a nossa opinião.
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