A mudança do desfile de Carnaval, do centro para um bairro, quase três quilômetros adiante, é mais uma tentativa de recuperar em grandeza e animação a festa que foi das mais tradicionais em Jacareí. Serão seis apresentações das escolas: domingo (23) o grande desfile das cinco agremiações no final da Avenida Davi Lino, no Jardim Marcondes; terça-feira (25) elas se apresentam individualmente nas 'Folias' organizadas em cada bairro de onde se originam: Jardim Emília (Estrela Cadente), Jardim das Indústrias (Luz do Amanhã), Jardim São José (Unidos do Álcool), Parque Meia-Lua (Unidos do Jacarezão) e Jardim Didinha (Unidos de Santa Helena). Tem festa pra todo mundo!

As coisas mudaram. Ficou na saudade o tempo em que Jacareí tinha nos três grandes clubes (Trianon, Elvira e Ponte Preta) os alegres locais de concentração dos foliões. As matinês, em todos eles, eram predominantemente familiares. Os bailes noturnos lotavam, de sexta a terça-feira, numa euforia contagiante em que todos participavam e quase todos se conheciam.

Decaíram os clubes, mudaram os comportamentos das famílias, os jovens marginalizaram as marchinhas típicas da festa e os adultos passaram a abominar a música jovem. A sociedade segmentou-se em grupos que raramente interagem entre si. Neste clima nada animador, o Carnaval viu nas ruas uma possibilidade de recuperar-se, afinal as necessidades humanas continuaram as mesmas, principalmente de diversões acessíveis e comunicação das pessoas entre si. O que antes parecia tão fácil, hoje afigura-se quase um problema de saúde.

Jacareí, alerta para o problema, desdobra-se em esforço e competência na tentativa de resgatar a mais alegre de suas festas: o Carnaval, presente em mais ou menos intensidade no DNA de cada brasileiro.

Resta agora que os destinatários da tentativa prestigiem o esforço conjunto do poder público em oferecer uma festa que dê samba: alegre, fraternal, organizada e acessível.

É a nossa opinião.