Para evitar que a cidade de São Sebastião, no litoral de São Paulo, sofra consequências semelhantes às que sofreu em fevereiro do ano passado – com mortes de 64 pessoas (23 crianças e 41 adultos) vitimadas por forte chuva –, a Justiça determinou ao Executivo paulista uma série de medidas preventivas para que o município não seja outra vez atingido de surpresa, como naquela ocasião.

Justo; mas por que 'a Justiça' precisou agir? Não seria óbvio as providências determinadas pela sentença judicial serem tomadas automaticamente?! Pior, que assim não foi. Veja realidade semelhante vivida agora no Rio Grande do Sul: se não é a atitude emocionante de voluntários determinados a acudir as vítimas, o quadro estaria bem pior. Para se ter ideia, há até socorristas oficiais recebendo alimentos doados pela população, dentre outros atos heroicos!

Não fosse o 'pé firme' de atletas e jogadores de futebol poderia ter ocorrido outra 'Trégua Madonna', como se catástrofes respeitassem realizações esportivas para continuar suas ações sinistras. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, decidiu suspender a discussão do tal 'quinquênio' para o alto funcionalismo, embora ela certamente será retomada na primeira oportunidade, juntamente com a do fracassado 'arcabouço fiscal', e por aí segue.

É notório o desprezo brasileiro pelo 'amanhã'. Na década de 1990 certa autoridade em Jacareí alertava continuamente sobre o risco em potencial do município estar muito próximo e abaixo da represa de Santa Branca. Isto o deixava teoricamente sob risco de uma eventual inundação. Ninguém a levou a sério.

Ainda bem que nada aconteceu do que de trágico, se temia, mas, atualmente, estudos mostram que o Paraíba do Sul é o rio mais afetado pelo despejo de resíduos industriais, dejetos domésticos, e que recebe em sua extensão cerca de 1 bilhão de litros de esgoto por dia ameaçando a saúde de cidadãos ao longo de seu leito. Alerta geral: Podem estar vindo coisas feias por aí!

É a nossa opinião.