Cerimonial sem cerimônia
Há muito tempo, as normas de cerimonial são desprezadas por grande número de promotores de solenidades.
Um dos costumes em cerimônias e atos solenes, o hábito masculino de pôr a mão no próprio peito ao toque do Hino Nacional Brasileiro, tem história: No tempo em que todos usavam chapéu, era sinal de respeito tirá-lo ao som da música e segurá-lo colado ao peito na linha do coração. Como o chapéu foi saindo de moda, quem não o usasse mantinha a mesma pose apenas com a mão no peito, demonstrando respeito ao símbolo nacional (sem ficar voltado para a bandeira).
Na semana passada, numa Câmara Municipal da região, o presidente da cerimônia de posse de membros de certa academia de letras do Vale, sentado 'à mesa de honra', usava um grande chapéu panamá. Outro presidente convidado à mesa, manteve na cabeça um boné comum, inclusive durante o toque do Hino.
Há muito, as normas de cerimonial são desprezadas por grande número de promotores de solenidades. Talvez por serem regidas por lei federal (70.274/1972) elaborada pelo regime militar do general Médici. Infelizmente ignora-se que tal regulamentação nada tem de política, e sim de promover eventos com segurança e cordialidade.
Em Jacareí, tivemos vários problemas que comprovam isso. Na sessão solene de posse da primeira gestão do prefeito Marco Aurélio de Souza (PT), em 2001, por exemplo, ele quebrou o protocolo ao fazer o primeiro discurso ('a principal autoridade fala por último', diz a regra); só que na sequência discursou um opositor que 'bateu duro' no eleito. Como o prefeito já havia falado, teve-se que conseguir às pressas um orador que por azar não estava preparado para isto; Fiasco total.
Situações semelhantes acontecem com frequência por puro preconceito de parte de quem organiza. Em eventos, o sucesso depende do quanto 'cada participante se fizer o mais invisível que saiba´. Só assim o grupo presente tornar-se-á uma verdadeira homenagem a quem se destaca em qualquer momento solene. Nada de cerimonial sem cerimônia.
É a nossa opinião.
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