A nossa ponte vai desabar?!
Precisamos acordar para a realidade de que pontes, prédios e benfeitorias indispensáveis à nossa vida têm prazo de validade
Duas pontes assustaram a Capital em curto espaço de tempo. A primeira cedeu na marginal do Rio Pinheiros, em 15 de novembro passado; a segunda, que liga a marginal do Rio Tietê à pista expressa da Rodovia Presidente Dutra, foi "ouvida" na quarta-feira (23), sobre o que "avisava" havia tempo: "posso desabar". Interditaram-na.
Alguns que são pagos para manter a segurança dessas construções correram, logo depois do incidente da primeira, para saber como estão outras pontes na Capital. Descobriu-se o óbvio: 73 apresentam condições precárias, e oito requerem providências emergenciais, só na região urbana de São Paulo, repetimos. Quando o problema será superado? Só Deus sabe.
Talvez você faça uma pergunta bairrista: "o que nossa região tem a ver com isso?" Veja alguns transtornos básicos: uma viagem de retorno da Capital para o Vale do Paraíba passou a levar no mínimo uma hora a mais nos principais horários. Para Jacareí, o dobro para quem viaja de automóvel ou de ônibus. Maior gasto de combustível, obriga motoristas a optarem pela Rodovia Airton Senna. Sabemos que essa rodovia é mais longa e (embora finjamos desconhecer) à noite alguns trechos menos movimentados são mais sensíveis a assaltos, portanto, risco de prejuízos incalculáveis.
Dentre todas as preocupações que o quadro pode trazer-nos, uma deve ser levada mais em conta: precisamos acordar para a realidade de que pontes, prédios e benfeitorias indispensáveis à nossa vida têm prazo de validade e um dia virão abaixo. As pontes, ruirão, os prédios desabarão, o asfalto cederá e os terrenos se não viram crateras serão desapropriados em nome do progresso. Nada é permanente.
Nas listas de pressões que fazemos aos governantes é importante exigir que a conservação da cidade em todos os seus aspectos seja prioritária. E que sejamos avisados quando uma ponte vai desabar. Pelo menos.
É a nossa opinião.
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