Quinta, 21 Novembro 2024

Roteiro manjado

Roteiro manjado

A fita, quer, óbvio, montar o quebra-cabeça e revelar ao público o mistério sobre o ocorrido na fatídica noite, chuvosa, da chacina. 

Se ao assistir a 'O Paciente Perdido' (2022, Netflix) você concluir que já viu coisa parecida em algum lugar, parabéns. Estamos juntos nessa. Thomas (Txomin Vergez), num determinado dia de 2001, acorda desorientado num hospital e tem à sua frente a psicóloga Anna (Clotilde Hesme), que lhe conta a história: 3 anos atrás, a família dele foi assassinada e o jovem foi o único sobrevivente, após ter levado uma facada na barriga e perdido bastante sangue. A irmã de Thomas, Laura (Rebecca Williams), está, desde então, desaparecida.

A fita, durante todo o script, quer, óbvio, montar o quebra-cabeça e revelar ao público o mistério sobre o ocorrido na fatídica noite, chuvosa, da chacina. De cara, Thomas garante a Anna que Laura é inocente, apesar de nem saber por onde ela anda. Mas como pode ter certeza? A cumplicidade dos irmãos é narrada em flashbacks. Percebemos a desestruturação dos pais, a irmã rebelde, o primo sem bom senso, brigas cotidianas causadas pelo amante da mãe, que diariamente telefona. Thomas ainda precisa lidar com um sujeito encapuzado que tenta matá-lo no hospital, sempre de madrugada. Quem seria?

Não citarei outros longas-metragens semelhantes a 'O Paciente Perdido' para não fornecer spoilers. Porém, caro leitor, é fácil notar o desfecho da trama se sua percepção estiver levemente aguçada a alguns detalhes bobos que tendem a passar ilesos na tela. Tido como 'suspense psicológico', na verdade é somente espécie de desventura pretensiosa baseada na história em quadrinhos do francês Timothé Le Boucher, de 34 anos, lançada em abril de 2019.

Um jornalista, pasme, chegou a comparar o gibi a um filme de Alfred Hitchcock! Aí, de fato, não dá. O sucesso deve ter subido à cabeça de Le Boucher porque, desde então, o desenhista não lançou mais nada. Do longa, o que se salva é o trabalho esmerado de Txomin Vergez. Na pele do protagonista, tem nas expressões faciais seu talento destacado. A Netflix, que tem se aprimorado nos últimos tempos em 'lacrar' (lançou agora a pouco 'Cleópatra' com uma negra no papel-título!), tem n' 'O Paciente Perdido' mais um filmezinho mequetrefe, sem quaisquer emoções. Duração: 97 minutos. Cotação: regular. 

 

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