Segunda, 31 Março 2025

O primo pobre

O primo pobre

A TV soube usar Brandão Filho muito bem. Tanto Jô Soares como Chico Anysio tiveram o artista em seus casts, em diversas atrações. 

Um dos quadros humorísticos mais famosos na rádio na década de 1950, e na TV, nas seguintes, foi 'Primo Rico, Primo Pobre', principalmente no programa 'Balança, mas não Cai' – primeiro, na Rádio Nacional, depois, TV Globo. Brandão Filho, tema desta coluna, era o pobre. Em janeiro, dia 6, foi seu 115º aniversário. Paulo Gracindo interpretava o rico. A esquete foi o grande sucesso da carreira do comediante, que tem uma marca histórica: participou da primeira radionovela do país, 'Em Busca da Felicidade' (1942).

Ao nascer, seu pai, o poeta, teatrólogo e ator João Augusto Soares Brandão, estava já com 65 anos. Em 1910 era idade considerada. Ele morreu quando o menino tinha 11 anos. Brandão Filho estrou nas artes aos 19, no circo, onde descobriu o poder de fazer as pessoas rirem. Daí em diante, não mais parou. O início no cinema se deu quase na mesma época em que compunha o elenco daquela radionovela, porém, sempre em pequenos papéis.

Só em 1987 estrelou um longa-metragem, 'Romance da Empregada', na pele de Zé da Placa, fazendo par com a então sexy simbol – ainda – Betty Faria. A fita chegou a ser indicada pelo Ministério da Cultura para ser a representante do Brasil no Oscar-1988 – a indicação não veio.

A TV soube usar Brandão Filho muito bem. Tanto Jô Soares como Chico Anysio tiveram o artista em seus casts, em atrações como 'Viva o Gordo', 'Chico Anysio Show', 'Faça Humor, não Faça Guerra' e 'Escolinha do Professor Raimundo', quando o aluno que dava vida, Sandoval Quaresma, conquistou o espectador pelo carisma, inocência e simpatia, com o bordão 'eu tava indo tão bem'. Esteve nas novelas 'Saramandaia' (1976), 'Feijão Maravilha' (1979) e na primeira versão do seriado 'A Grande Família' (1972-75). 

Hoje esquecido de grande parte do público, Brandão Filho merece todas as homenagens. Um coadjuvante que esbarrou no protagonismo, sem nada forçar, despejando nas pessoas o seu talento inigualável, potente. 

 

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