Por Rodrigo Romero em Sábado, 25 Janeiro 2025
Categoria: Coisas de Cinema

O caso Nardoni

O documentário, de Cláudio Manoel (ex-Casseta e Planeta), rememora principalmente a participação da imprensa na tragédia.

'Isabela: O Caso Nardoni' (2023, Netflix) nos transporta de volta a 2008, quando o Brasil ficou em choque ao saber do assassinato da menina Isabella Nardoni, de 5 anos, atirada pela janela supostamente pelo pai, Alexandre, com consentimento da madrasta, Carolina Jatobá. Depois descobriu-se que a criança já havia sido agredida antes, pois havia gotas de sangue espalhadas pelo apartamento de classe média-alta, onde o pai residia.

O documentário, de Cláudio Manoel (ex-Casseta e Planeta e também diretor de 'Simonal: Ninguém Sabe o Duro que Dei', de 2009) e Micael Langer (de 'Chacrinha: Eu Vim para Confundir e não para Explicar', de 2021) e baseado no livro 'O Pior dos Crimes', rememora principalmente a participação da imprensa na tragédia. O acontecimento, por causa da cobertura dos jornalistas, alguns de forma sensacionalista, teve repercussão nacional. A produção se debruçou em mais de 6 mil páginas do processo e gravou 118 horas de entrevistas, além de contar com 5 mil fotos de arquivo. Tanto a família Nardoni como a Jatobá se recusaram a participar.

O filme adota a linha do tempo regular para contar os bastidores do ocorrido. Ana Carolina Oliveira, mãe da garota, que na eleição de outubro passado foi a segunda vereadora mais votada da cidade de São Paulo, dá vários depoimentos emocionantes de como enfrentou, e enfrenta, o antes, durante e o depois de ter perdido a filha. Pouco tempo atrás, ela se casou de novo e teve 2 filhos. A avó materna também nos comove ao narrar como teve de amparar a filha quando esta descobriu que Isabella havia morrido. Um dos pontos-chave da produção, porém, está na figura sombria do pai de Alexandre, Antônio, advogado conhecido nas redondezas e que atuou como protetor do filho.

Há boa expansão de documentários nacionais, dos mais diversos assuntos, a todos os gostos. É ótimo perceber que estes cineastas conseguem resgatar histórias que estavam guardadas em gavetas de nossas memórias. 

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