Há cerca de 30 anos um vereador de Jacareí quis entrar numa 'sociedade secreta' local, mas não teve sucesso nem o necessário convite. Conseguiu, enfim, depois de insistente busca, ser convidado para um ramo dessa mesma sociedade, mas em município vizinho. Aí surgiu um problema: o horário das reuniões semanais das quais teria de participar era o mesmo, em dia e hora, das sessões do Legislativo.

Não tiveram dúvidas os solidários companheiros: mudaram a data dos encontros ordinários da Câmara de Jacareí e o 'problema' foi resolvido para a felicidade do vereador em questão. Nenhum munícipe foi consultado sobre a conveniência ou não de ser adotado novo dia e hora das sessões ordinárias. Se isto mudaria a rotina de algum eleitor que frequentasse a Casa não foi levado em conta.

Posteriormente aconteceram outras mudanças sempre de acordo com a conveniência da Câmara. Depois, elas passaram a ser transmitidas pela TV e agora pela internet ao mesmo tempo, sem falar no banco de filmes que disponibiliza tudo por tempo indeterminado. Entretanto, deixar as reuniões mais atraentes para o público parece nunca ter sido levado em conta. O vereador Valmir do Parque Meia-Lua (DC) comentou que, recentemente, uma das sessões terminou às 2h da manhã. Jamais haverá público essa hora, nem pela TV.

Conclusão: discute-se outra mudança, apesar de o dia e hora atuais já terem sido readequados não faz muito tempo e passarem da manhã para a noite. Outra possibilidade é apresentação apenas dos projetos em um pequeno expediente; os discursos dos temas livres seriam gravados no horário mais conveniente 'para o vereador'. Durante a sessão presencial esses discursos seriam transmitidos no telão. Uma espécie de 'Plenário Eletrônico de vereadores virtuais'. É o progresso.

O receio é que o eleitor daqui a nove meses ainda será de carne e osso.

É a nossa opinião.