Candidato à Prefeitura paulistana, o deputado Celso Russomano (Republicanos) sugeriu terça-feira (13), na Associação Comercial de São Paulo, que moradores de rua são mais resistentes à Covid-19 'porque não tomam banho'. Claro, provocou reação contrária imediata nos defensores da quarentena que disseram não haver qualquer base científica para tal afirmativa. Russomano respondeu que a ciência tem de explicar, então, o porquê da alta imunidade desse grupo que vive nas piores condições de higiene.

A crise da informação correta que o Brasil vivencia dá lugar a todo tipo de 'chutes' por parte dos mais inquietos, ou dos aproveitadores para permanecerem na mídia. O triste é que ninguém mais confia em ninguém.

Veja a 'novela' da volta às aulas. Nada definido, apesar de possíveis voltas anteriormente marcadas por gente séria, e nenhuma ter vingado. Só que, em reforço à tese de Russomano, começa aparecer melhora do desempenho dos alunos brasileiros segundo o Enade, nestes tempos de pandemia. Inclusive, dos cursos à distância. É já que vai aparecer um candidato dizendo que não indo à escola o aluno aproveita mais.

E não será surpresa surgir outro afirmando que 'o agronegócio segurou o país de uma quebra total, então todo mundo deve migrar para sobreviver no campo'. Não fosse o horror da maioria para encarar uma enxada, outro 'russomano da vida' já estaria defendendo a tese.

Porém, os mais perigosos ventos da ironia sopram para o lado daqueles alunos que não querem nada com nada. Pois, além de não haver certeza de que logo as aulas voltarão à normalidade, o Governo acaba de proibir reprovações este ano. Claro que vão querer a mesma moleza para o ano letivo de 2021.

Tudo conspira: vacinação geral só em 2022; passar o ano por decreto; aulas indefinidamente não presenciais... Melhor, então, vingar somente a tese do candidato à prefeitura paulistana. Dos males o menor: Saudemos o Cascão.

É a nossa opinião.