Esteve em Jacareí, na manhã de domingo (19) Sua Alteza Dom Bertrand de Orléans e Bragança, o segundo na sucessão da família imperial brasileira. "Mas, somos uma república", alguém dirá. São duas situações diferentes: a monarquia não é mais regime aqui, porém a família imperial mantém o rito das sucessões como é costume em todos os países que vivenciaram situações semelhantes.

A vinda do trineto de Dom Pedro II a Jacareí teve justificado objetivo. Marcou o início da 'Jornada dos Príncipes', evento que vai acontecer em várias cidades pelas quais Dom Pedro I passou, destino a São Paulo, quando proclamou a Independência. Portanto, uma antecipação das comemorações dos 200 anos daquele feito que acontecerão em 2020. Em Jacareí, Pedro I pernoitou numa casa do Largo da Matriz, fato histórico por si só merecedor de atenções especiais, que não aconteceram.

O Legislativo foi representado pela presidente da Câmara, Lucimar Ponciano (PSDB), muito aplaudida na fala em que evocou a Princesa Isabel. Da parte do Executivo não houve representação alguma, apesar do setor de Turismo estar em franca atividade com diversos eventos, e a Fundação Cultural tentando incrementar o Arquivo Histórico. O evento aconteceu no Agrocentro, nova sede do Sindicato Rural, no Jardim Colônia. Cerca de 300 pessoas prestigiaram, em sua maioria de outros municípios.

Nada custaria um representante local dar boas vindas ao trineto de Dom Pedro II em nome do Executivo e retirar-se depois do curto ato solene. O protocolo não exige que 'convidado de honra' seja autoridade em exercício para receber homenagem; basta que tenha status que justifique a honraria.

Ex-prefeitos, por exemplo, têm precedência vitalícia, isto é, ocupam lugar privilegiado na escala de valores de uma cerimônia ou visita oficial. Por que não o príncipe de um ex-império que nos deu figuras brilhantes como D. Pedro II, trisavô de Dom Bertrand?!

É a nossa opinião.