Quinta, 21 Novembro 2024

A Covid não perdoa

A Covid não perdoa

Reconhecido por todos, seu atendimento transpunha os limites das obrigações profissionais

Vereador por quatro mandatos em Jacareí, Genésio Rodrigues, mais conhecido como Genésio do INPS, morreu na quinta-feira (16). Sempre que uma personalidade nos deixa são comuns os elogios a ela, muitos deles jamais ditos quando em vida até por falta de oportunidade ou conhecimento.

Com Genésio é diferente. Principalmente na forma de votos, os seus eleitores, em sua maioria pessoas idosas, sempre retribuíram nas urnas as gentilezas de fato recebidas nos balcões da instituição em que trabalhou durante cerca de 30 anos. Reconhecido por todos, seu atendimento transpunha os limites das obrigações profissionais e adentravam as práticas humanitárias. A sigla de seu apelido (INPS e não INSS) comprovam o quanto durou essa prática.

Funcionário desde o antigo INPS, Genésio era querido pela atenção especial devotada aos segurados da agência. Buscava solucionar problemas, em sua maioria simples, vistos como complicados pelos que eram desacostumados a vivenciar as artimanhas da burocracia. E fazia isso com naturalidade e dedicação raras naquela época, e era o que mais importava aos atendidos.

A gratidão popular o levou para a Câmara Municipal durante 16 anos. Foi o 8º mais votado na eleição de 2016, com 1711 votos, mas não se reelegeu porque seu partido, o PDT, não recebeu o número necessário de votos para fazer pelo menos um vereador.

Durante os mandatos, Genésio teve aprovados projetos voltados aos seus eleitores: construção de rampa de acesso a portadores de necessidades especiais e idosos em bancos, e lei que regulamenta a contribuição previdenciária a servidores públicos de Jacareí.

A exatos 4 meses das eleições ele novamente se apresentava como candidato a vereador, mas foi interrompido pela Covid-19. Porém, deixou exemplos para os envolvidos no processo eleitoral. Se em vida mostrava o valor da permanente dedicação àqueles cada vez mais esquecidos, ao morrer Genésio mostra que a pandemia não perdoa nem mesmo os humani­­­tários mais dedicados. Descanse em Paz!

É a nossa opinião. 

 

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