Hoje, no Brasil, os eleitores estão observando muito mais do que imaginam tais senhores despreparados.
Com certeza você que nos prestigia com sua leitura constante deve lamentar tanta notícia desencontrada – muitas vezes ditas pela mesma fonte e no mesmo dia – relatando fatos ou atitudes que contrariam o mínimo do bom senso. Uma dessas pérolas circulou na quarta-feira (8) para dar conta de que a ex-deputada estadual que não conseguiu eleger-se para o senado, Janaína Paschoal, passou a sofrer campanha para que não voltasse a dar aulas na Faculdade de Direito da USP, no Largo São Francisco, a mais tradicional da América Latina. A reação consta de um abaixo-assinado de alunos do Centro Acadêmico da instituição apoiada veladamente por alguns professores.
Janaína é professora de direito que foi admitida na USP por concurso público. Estava licenciada por causa de seu envolvimento na política o que – diga-se – é obrigatório; por não ter sido reeleita, vai deixar o Assembleia no próximo 15 de março.
Na mesma quarta-feira a bancada evangélica da Câmara Federal, em Brasília, tentou eleger um presidente para essa frente parlamentar. Entretanto, a eleição teve de ser anulada porque havia mais votos apurados do que assinaturas de deputados votantes.
Voltando a Janaína, não se trata aqui de defende-la, coisa que ela sabe muito bem fazer, mas sim da representação de classe (Diretório Acadêmico) de estudantes de advocacia que deveriam conhecer sobre contratação para o serviço público. Não se tira do cargo professores concursados com rabiscos improvisados na cantina da faculdade com caneta Bic, nem na sala de altas autoridades com caneta 'Montt Blanc - Rollerball'.
Quanto à liderança evangélica da Câmara Federal, os representantes do povo que vinculam o cargo à representação divina que ostentam, precisam primar ao menos pelo exemplo.
Hoje os eleitores estão observando muito mais do que imaginam tais senhores despreparados. Foi-se o tempo em que, para o votante, 'Alepo era' apenas mais uma bandeira de posto de gasolina em um bairro de Jacareí.
É a nossa opinião.