Por Redação em Segunda, 24 Julho 2023
Categoria: Geral

Obesidade e envelhecimento são fatores de risco da apneia do sono

Distúrbio afeta cerca de um bilhão de pessoas entre 30 e 69 anos no mundo. Desse total, 42,5% são quadros graves ou moderados.

Caracterizada pelas interrupções na respiração durante o período de repouso, a apneia obstrutiva do sono (AOS) é o mais comum dos transtornos do sono, atingindo cerca de um bilhão de pessoas entre 30 e 69 anos em todo o mundo. Desse total, 42,5% são quadros considerados graves ou moderados. O dado preocupante está intimamente relacionado com o aumento global nos números de obesidade, principal fator de risco para o problema.

Provocado pela obstrução das vias aéreas superiores, que compreendem do nariz até as cordas vocais, durante o ato de dormir, o transtorno compromete a respiração e acaba afetando a qualidade do sono. A redução na oxigenação do sangue pode, além de fragmentar o repouso, acarretar consequências graves.

Estudos relacionam a condição com o aumento nos casos de hipertensão arterial, infarto agudo do miocárdio, arritmia cardíaca, insuficiência cardíaca, acidente vascular cerebral isquêmico e diabetes tipo 2.

Para identificar o problema, é preciso ficar atento a alguns sintomas. Embora não seja o único, o ronco é um dos principais indicativos do transtorno, afirma a pneumologista pediátrica e médica do sono do Hospital Moinhos de Vento, Simone Fagondes.

"O barulho é alto e ocorre durante a maior parte da noite, incomodando o companheiro de cama ou demais membros que convivem com o paciente. Além do ronco, é preciso prestar atenção a paradas na respiração – aquela impressão de que se está engasgado – e, ainda, sonolência diurna", elenca a especialista.

Apesar de ser o principal indício, o ronco pode não estar presente em alguns pacientes. Dessa forma, é importante observar outros aspectos na hora de dormir, como sono agitado com trocas frequentes de posição na cama, movimentos de pernas e braços, idas frequentes ao banheiro e recorrência de pesadelos.

No decorrer do dia, indivíduos que sofrem com AOS podem apresentar, fora o cansaço, dor de cabeça ao acordar, garganta ressecada ou com dor, alterações no humor ou na memória.

Tratamento passa por
mudanças no estilo de vida

A confirmação da AOS é feita por um médico que, após excluir outras condições clínicas, pode solicitar dois tipos de exames: polissonografia completa, realizada em laboratórios do sono, ou teste portátil, feito na própria residência do indivíduo. Ambos podem confirmar o diagnóstico e quantificar sua gravidade.

A partir dessas informações, o especialista pode indicar o tratamento mais adequado. Um dos mais comuns é o uso da pressão positiva contínua das vias aéreas (Continuous Positive Airway Pressure, mais conhecido pela sigla CPAP). Esse aparelho pressuriza as vias aéreas, evitando que elas entrem em colapso durante o ato de dormir. Apesar de amplamente recomendado, o tratamento com o equipamento ainda esbarra na adesão dos pacientes ao seu uso.

"Medidas gerais, como a redução do peso quando indicado, a prática regular de atividade física, e o não consumo de bebidas alcoólicas e sedativos próximo do horário de dormir também são fortemente recomendados", completa a médica do sono do Hospital Moinhos de Vento, Simone Fagondes.

Existem ainda outras medidas que podem ser adotadas como tratamento: terapia posicional, uso de aparelho intraoral e cirurgia, destaca a especialista.

SERVIÇO
HOSPITAL MOINHOS DE VENTO
Inovação
Desde abril, o Hospital Moinhos de Vento, situado em Porto Alegre/RS, tem um laboratório do sono, localizado no Núcleo de Neurofisiologia. O setor conta com suporte de uma equipe médica com especialização em medicina do sono, para atender as diferentes queixas relacionadas. No local, é possível realizar exames e iniciar o tratamento; compreender o problema, esclarecer dúvidas quanto ao tratamento com a pressão positiva e aspectos práticos do seu uso. 

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