Por Redação em Domingo, 03 Agosto 2025
Categoria: Geral

Estudo diz que câncer de cabeça e pescoço aumenta entre jovens

Segundo especialista, tabagismo, consumo de álcool e sexo oral sem preservativo são fatores de risco da doença. 

Oito em cada dez pessoas diagnosticadas com câncer de cabeça e pescoço no Brasil descobrem a doença em estágio avançado, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA). Embora pouco comentado, o Ministério da Saúde alerta que esse é o terceiro tipo de câncer mais incidente no país e deve acometer mais de 61 mil brasileiros neste ano, segundo estimativas. A perspectiva de óbitos não é otimista para os próximos anos: a previsão é de aumento de 86%, passando dos atuais 17 mil casos para 30 mil em 2050, de acordo com levantamento do Grupo Brasileiro de Câncer de Cabeça e Pescoço (GBCP).

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"Trata-se de um tipo de câncer que, quando diagnosticado precocemente, apresenta até 90% de chance de cura", alerta a cirurgiã de cabeça e pescoço do Hospital São Marcelino Champagnat, Ana Gabriela Neis. A prevenção envolve práticas simples de cuidado com a saúde, como evitar o consumo de cigarros — seja comum, eletrônico ou narguilê —, não ingerir bebidas alcoólicas em excesso e utilizar preservativo durante o sexo oral.

A especialista alerta que o câncer de garganta tem aumentado entre os jovens no país, especialmente devido à infecção por HPV. "Mesmo no sexo oral, o uso da camisinha é essencial para prevenir o vírus. Já temos vacina disponível no SUS para crianças a partir dos 9 anos, mas os casos não param de subir", ressalta a médica.

Feridas na boca que não cicatrizam
estão entre os principais sinais de alerta

Feridas na boca que não cicatrizam, úlceras, espinhas que não regridem, coçam ou sangram, lesões esbranquiçadas nos lábios ou nas mucosas orais, aftas persistentes e nódulos no pescoço que aumentam de tamanho e em quantidade estão entre os principais sinais de alerta para o câncer de cabeça e pescoço. "São muitos os sinais, e grande parte deles passa despercebida", reforça a cirurgiã de cabeça e pescoço do Hospital São Marcelino Champagnat, Ana Gabriela Neis.

"É fundamental estar atento à rouquidão persistente, à sensação de fala alterada (como se estivesse enrolada ou, como relatam alguns pacientes, com 'voz de batata quente') e ao aumento de volume no pescoço, na região da tireóide que, pode indicar um estágio avançado da doença", reforça.

TRATAMENTO
O tratamento depende da região afetada e do estágio em que a doença é diagnosticada, podendo incluir cirurgia, radioterapia e, em alguns casos, quimioterapia como complemento. A detecção precoce é essencial, já que as áreas acometidas (boca, faringe, laringe, cavidade nasal, seios paranasais, glândulas salivares e linfonodos do pescoço) são muito próximas entre si, o que facilita a rápida disseminação do tumor para outros órgãos.

De acordo com pesquisa do Grupo Brasileiro de Câncer de Cabeça e Pescoço (GBCP), 85,4% dos pacientes sobrevivem por cinco anos após o tratamento quando o tumor é identificado na fase inicial e está restrito a um único órgão. Quando a doença atinge os linfonodos, a taxa de sobrevida cai para 69,4%. Já nos casos em que há metástase para órgãos distantes, como pulmões, fígado ou ossos, esse índice diminui para 36,9%.

"Além do tratamento ser menos invasivo e mais eficaz quando a doença é detectada no início, a qualidade de vida do paciente após a recuperação é significativamente maior. Já nos casos em que o câncer é diagnosticado em estágio avançado, o tratamento costuma ser bastante agressivo, envolvendo mutilações permanentes e sequelas, como a perda da fala", explica a cirurgiã. 

"Por isso, é importante estar atento aos sinais, conversar com amigos e familiares para que também fiquem alertas e procurar ajuda médica já nos primeiros indícios da doença", finaliza a médica.

SERVIÇO
Sobre o São Marcelino Champagnat
O Hospital São Marcelino Champagnat faz parte do Grupo Marista. É referência em procedimentos cirúrgicos de média e alta complexidade. Nas especialidades destacam-se cardiologia, neurocirurgia, ortopedia e cirurgia geral e bariátrica, além de serviços diferenciados de check-up. É o único do Paraná certificado pela Joint Commission International (JCI). 

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