Autora mergulha em registros públicos e privados para revelar momentos em que a violência se explicitou no país.
'Extermínio', publicado pela Editora Planeta, é uma verdadeira imersão no passado violento que corre no sangue de cada brasileiro. Cientista social e mestre em Ciência Política, Viviane Gouvêa apresenta evidências de que a violência hoje incutida no Brasil não surgiu sem motivo, e a origem desta sociedade hostil e institucionalizada é histórica. Por isso, o protagonista desta obra é o Estado, "aquele que deveria proteger os cidadãos, mas tem uma tendência a equacionar conflitos com o uso da força, do tiro e da tortura", afirma a autora.
Passados os duzentos anos da Independência, a escritora se utiliza de uma linguagem acessível para expor partes macabras do passado, e revelar feridas que hoje refletem na sociabilidade nacional. Viviane Gouvêa explica que, apesar de contemplar os períodos ditatoriais, concentrou a pesquisa em episódios do regime democrático "raramente debatidos, à luz das limitações inerentes a uma democracia de fachada, sempre válida para poucos".
A obra é dividida em oito capítulos-chave com casos em que o Estado agiu para manter em silêncio os que o desafiavam: do sistema escravagista e genocídio indígena à Cabanagem e assassinatos de trabalhadores rurais – a exemplo do massacre de Carajás em 1996. Para ela, casos como estes sempre objetivaram defender interesses privados e manter uma ordem excludente, por isso reforça a importância de entender as origens do ódio e violência para que possam ser superados.
Para ilustrar cada caso, Viviane reúne registros públicos e privados, encontrados em órgãos como Funai, Biblioteca Nacional, e também no Arquivo Nacional, no Rio de Janeiro, onde atua como pesquisadora há mais de 15 anos.
'Extermínio' é uma obra de difusão científica, sem cunho acadêmico, uma leitura para estudantes e todos que querem entender as origens do ódio e violência que assolam o país.
SERVIÇO
Onde comprar: Editora Planeta e Amazon (eBook).