Dietas radicais podem gerar consequências à saúde se não acompanhadas por um profissional.
Nos primeiros meses do ano não se fala em outra coisa que não seja a repercussão sobre todas as temáticas referentes ao Big Brother Brasil. Dentre os assuntos mais comentados, um dos destaques foi a alimentação dos brothers. Enquanto uma das participantes chama atenção pelos jejuns intermitentes recorrentes que causam preocupação aos amigos confinados, outro tem episódios frequentes de compulsão alimentar em decorrência da dieta restritiva que segue fora de casa.
De acordo com a nutricionista do Sistema Hapvida, Verônica Petry Nunes, não é possível diagnosticar ninguém apenas com o que é mostrado em um programa de TV, mas é preciso tomar cuidado com comportamentos como os mencionados, pois jejuns longos, por exemplo, podem ser prejudiciais à saúde e provocarem consequências como: fraqueza, tonturas, desmaios, dores de cabeça, alterações de humor, concentração e memória afetadas.
"Este tipo de hábito precisa ser acompanhado de perto por profissionais e pode servir de gatilho para transtornos alimentares, uma vez que pode dar a sensação que há sempre a necessidade de compensar o que foi ou será ingerido e de que a privação e a fome são boas", explica a nutricionista.
Além disso, Verônica traz à reflexão o quanto a restrição pode levar à compulsão. "Quanto mais nos restringimos e privamos, ignorando vontades e desejos, sensação de fome e fraqueza, bem como necessidades fisiológicas do corpo, maior a chance desse período estressante levar a episódios de compulsão, em que a pessoa come qualquer alimento ignorando totalmente a sensação de saciedade".
A nutricionista alerta ainda para o risco de comportamentos serem reproduzidos sem reflexão sobre os danos que podem causar.
"Esses comportamentos exibidos no programa podem gerar uma identificação que pode ser prejudicial, pois a pessoa pode ver como algo legal o 'eu faço igual aquela pessoa da televisão'. É muito importante falarmos sobre transtornos e comportamentos alimentares e, sobretudo, mostrar que ninguém precisa viver em guerra com o corpo e a alimentação", conclui.