Em outras circunstâncias, a busca pelo primeiro lugar de uma eleição nacional chegou a ser emocionante, mas não é o que se vê desta vez.
A duas semanas do segundo turno das eleições presidenciais, não é possível ainda uma previsão segura de qual dos dois candidatos sairá vencedor. Pesquisas?! Melhor deixar pra lá. Em outras circunstâncias, a busca pelo primeiro lugar de uma eleição nacional chegou a ser emocionante, mas não é o que se vê desta vez. O comportamento de ambos os grupos, do qual se espera uma disputa acirrada, porém sadia, não vem colaborando em nada para a certeza de que daremos um grande passo à frente, como nação, em 30 de outubro.
É verdade que as regras do jogo não ajudam, e os problemas já começam 'em casa'. Basta ver que para cumprir as determinações da lei, partidos distribuíram este ano R$ 50 milhões do 'fundão' (fundo eleitoral) a quase 1.500 candidatos a deputado federal sem quaisquer chances de serem eleitos; provavelmente os apelidados 'laranjas'. Levantamento do jornal Folha de São Paulo, mostra uma candidata do Pros que recebeu R$ 3 milhões do 'fundão' e teve apenas 240 votos. Outra, do PL, recebeu R$ 200 mil e teve só 1l votos. E por aí vai, a lista 'torta'.
O senador Marcos do Val (Podemos-ES), apoiado por 29 colegas, entrou com pedido de CPI no Senado para investigar o que está sendo chamado de 'desempenho contraditório' dos institutos de pesquisas no primeiro turno. Provavelmente ela será criada. Até porque ninguém mais acredita em ninguém. Mas não será por isto, e sim porque quanto mais controvertido o cenário, melhor para a paz coletiva. Explica-se: quando um instituto apontar o candidato A na frente do candidato B, ambas as militâncias vão se acalmar a seu modo: a do candidato A pela classificação, claro, e a do candidato B por acreditar que a má fama das pesquisas tem lá sua razão de ser.
Sem falar que a CPI, por ela só, distrairá a atenção geral, e ninguém 'inventará' acabar com o 'fundão', orçamento secreto e que tais.
É a nossa opinião.