Não dá para ter certeza diante de resultados nada animadores conquistados até agora, pelo menos em termos ideais de conjunto.
A promessa de que a tecnologia revolucionaria a educação brasileira tem sido repetida à exaustão. Tablets nas escolas, plataformas digitais, inteligência artificial em sala de aula — tudo isso soa moderno, eficiente e inevitável. Mas será que estamos realmente colhendo os frutos dessa transformação? Ou pelo menos trilhando um caminho que de verdade nos leve a esse tão anunciado resultado?
Não dá para ter certeza diante de resultados nada animadores conquistados até agora, pelo menos em termos ideais de conjunto. Em muitas regiões do país, a realidade ainda é marcada por escolas sem acesso à internet, professores sem formação adequada para lidar com ferramentas digitais e alunos que, apesar de viverem em um mundo conectado, não têm acesso a dispositivos básicos. A desigualdade digital escancara um abismo de um lado que a tecnologia, por si só, não consegue transpor, e de outro que o grupo de alunos a ser atingido exige mais.
É fácil verificar que, quando bem aplicada, a tecnologia pode ser uma aliada indiscutivelmente poderosa. Plataformas de ensino adaptativo, recursos interativos e acesso a conteúdo de qualidade têm o potencial de democratizar o conhecimento e personalizar o aprendizado. Mas isso exige investimento contínuo, políticas públicas coerentes e, acima de tudo, uma visão de longo prazo, impossível de se conseguir em considerável quantidade de possíveis clientelas.
Não basta distribuir equipamentos. É preciso formar professores, garantir infraestrutura e envolver a comunidade escolar nesse processo. A tecnologia não é uma solução mágica — é uma ferramenta. E como toda ferramenta, seu impacto depende de como é usada.
O Brasil precisa decidir se quer ser protagonista ou espectador dessa revolução educacional. O caminho é árduo, mas ignorar o potencial da tecnologia é condenar gerações ao atraso. O futuro da educação não está apenas nas mãos dos algoritmos, mas na coragem humana de enfrentar os desafios com inteligência, sensibilidade e compromisso.
É a nossa opinião.