Em uma semana, novo atentado numa creche em Blumenau (SC) levou quatro crianças à morte e deixou cinco feridas.
Neste mesmo espaço comentamos na edição passada a fragilidade da segurança nas escolas brasileiras, alvos de atentados contra a vida de alunos, professores e profissionais. Em uma semana, novo atentado numa creche em Blumenau (SC) levou quatro crianças à morte e deixou cinco feridas, vitimadas por um maníaco que invadiu o estabelecimento armado de machadinha e canivete. Embora advertíssemos que a tragédia iria se repetir, não esperávamos fosse em prazo tão curto.
As autoridades policiais afirmam que se tratou de um 'caso isolado' e que o assassino agira sozinho, como se isto aliviasse as consequências da morte violenta das crianças, o trauma de outras e diminuísse a monstruosidade do feito.
Indiretamente algumas providências foram tomadas, o que não significa necessariamente que o risco vá diminuir por isto, mas é melhor que nada: a grande maioria da imprensa decidiu 'tirar o palco' do assassino em questão e de todos os demais que agirem do mesmo modo, de ora em diante: não se publica nem foto nem o nome do autor da chacina. Como se sabe, muitos desses criminosos exibem-se diante de seus assemelhados com os comentários dos fatos nos órgãos de comunicação.
Entretanto, não podemos ser ingênuos ao ponto de acreditar que este é o maior dos atrativos que provocam tais atitudes. Há fatores políticos, ideológicos e comportamentais, todos eles com seus graus de importância, e que levam ao resultado fatal que nos apavora.
Um levantamento publicado na quinta-feira (6) mostra que de outubro de 2002, em Salvador (BA), que deixou um morto, a abril de 2023, com a atual tragédia de Blumenau (SC), que tirou a vida de quatro crianças e deixou cinco feridas, foram 41 vítimas fatais nas escolas brasileiras.
Que as autoridades como um todo cumpram o que delas esperamos todos. Sejamos um país que encaminha crianças para as escolas; não para a morte.
É a nossa opinião.