De lá para cá pouca coisa parece ter mudado no que se refere à frequência das enchentes, porém em volume pluviométrico ainda maior.
No início de 1967 a imprensa de Jacareí registrava o lamento de um cidadão inconformado por ter, ao sair do trabalho, de seguir descalço para sua casa, ali pelos baixos da Rua Minas Gerais. 'Para não danificar os sapatos que ficariam encharcados pela água' que inundava seu curto trajeto até a Rua Santa Cecília onde morava. Chovera forte naquele dia de janeiro e ainda estavam sendo aguardadas as volumosas 'águas de março' que fechariam o verão, como em todos os anos.
De lá para cá pouca coisa parece ter mudado no que se refere à frequência das enchentes, porém em volume pluviométrico com seus problemas foi diferente. A cidade cresceu, o escoamento de águas da chuva tornara-se a cada ano mais insuficientes e o asfalto sobre paralelepípedos impermeabilizou o leito das ruas sobrecarregando os pontos de escoamento para as galerias subterrâneas. Problema este agravado por munícipes 'sem noção' que jogam lixo nas bocas-de-lobo sem o menor constrangimento.
Basta uma caminhada rápida um pouco antes da passagem do caminhão da coleta pelas ruas centrais – a exemplo do final da Lamartine, inícios da Barão, Tiradentes e João Américo, para citar algumas – para constatar que o pedestre, para desviar do lixo, mal consegue passar pela calçada; quando consegue.
No início de fevereiro, em bairros como o Esperança a água da chuva subiu alto. A associação nipo-brasileira (Bunkyo) pareceria um clube náutico, não fossem os carros do estacionamento cobertos pela água. No Jardim Luiza, munícipes com água dentro de casa 'pelas canelas' tiveram móveis danificados, animais arrastados pela enxurrada, mulheres e crianças resgatados em botes salva-vidas pelos bombeiros. A cidade registrou 80 pontos de alagamentos com o aguaceiro.
Foi uma exceção em volume, que não dispensa um trabalho bem coordenado e intenso envolvendo todas as partes. Poder público na manutenção eficiente da infraestrutura e munícipes colaborando nas atitudes que evitarão dramas. Ainda teremos chuvas pelos próximos 15 dias; convém ficar alerta,
É a nossa opinião.