A única prioridade dos que se julgam 'donos do poder' é praticar desforra exemplar contra seus desafetos políticos.
Já não surpreende os mais preocupados o fato de o país este ano passar a sofrer revezes antes mesmo do Carnaval. À maioria às avessas. A par de algumas poucas medidas de interesse geral, sofremos a antecipação de acontecimentos tristes em janeiro e fevereiro como se não fôssemos o país das festas de Momo.
O fato mais recente foi a cassação do passaporte do ex-presidente Jair Bolsonaro, para impedi-lo sair do Brasil, bem como a prisão em flagrante pela Polícia Federal, por porte ilegal de arma, do presidente do Partido Liberal, Waldemar da Costa Neto, além de outros. Tivemos ainda o início do tratamento 'pesado' a militares, que resultou no desabafo do senador general Mourão, que protestou da tribuna do Senado que "nem Hitler ousou isso".
Tem pra todos os gostos. Discurso do presidente da Câmara, Arthur Lira, contra o fim da desoneração, depois manifestações do lado governamental de que existiria corrupção ligada ao interesse de Lira em prorrogar à tal 'desoneração', medida que foi paliativa para que os setores beneficiados (principalmente de turismo e eventos) enfrentassem a pandemia do Covid-19.
Cortes nas verbas destinadas às emendas parlamentares e nas verbas de partidos pequenos e dos nanicos, em pleno início da efervescência deste ano de eleições municipais, sem falar da ordem do ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), à Procuradoria Geral da República para que insista na investigação de um suposto conluio entre a ONG Transparência Internacional e a antiga Operação Lava-Jato.
Ostensivamente, Arthur Lyra não marcou presença nas comemorações oficiais que relembraram os atos de 8 de dezembro, nem na reabertura dos trabalhos do Judiciário. A lista de troca de farpas é grande, e deixa claro que 'a par de poucas medidas inadiáveis que exigem o mínimo de ação de todo governo que se preze', a única prioridade dos que se julgam 'donos do poder' é praticar desforra exemplar contra seus desafetos políticos; pobre país...
É a nossa opinião.