Infelizmente, isto se repete em realidades mais nocivas, como a inflação que subiu ou a bolsa que caiu 0,9%.
Nesta semana do 'Dia das Crianças 2021' foi a maior festa. Não a que você está pensando; referimo-nos à que tomou conta da exibição dos preços dos produtos no comércio. Bola comum, R$ 18,99; boneca famosa R$ 39,99; quebra-cabeças, R$49,99 e por aí foi. Isto sem contar que almoçar fora custou R$ 14,99 o Prato Feito, R$ 19,99 a refeição vegetariana ou R$ 29,99 o quilo da a refeição gorda.
As lojas de produtos populares há muito não vendem nada a R$ 1,99, porém outras centenas de preços estão lá com suas respectivas etiquetas registrando R$ x,99. Sem falar que se você abasteceu o carro pagou R$ 5,999 (isto mesmo, três noves depois da vírgula) pelo litro de gasolina ou R$ 4,999 pelo de etanol. Em supermercado, a gente nem repara mais; todos os preços exibem essa configuração.
A praga não é invenção nossa. Copiamos dos Estados Unidos. Dizem os 'psico-economistas' que por uma série de razões (dentre elas preguiça de raciocinar a cada preço deparado), depois de poucos minutos examinando preços numa loja ou supermercado, prestamos atenção somente nos números, ou respectiva dezena, que precedem a vírgula. Esta seria uma das razões por não nos oferecerem mais frutas a preço por dúzia (banana, por exemplo) e sim por quilo que muda por dezena e não por 12.
O imoral da história, entretanto, é que estamos sendo abertamente ludibriados (já que sabemos do truque) por comodismo em analisar com mais rigor ou por aprovar 'essa tendência dos tempos'. Infelizmente, isto se repete em realidades mais nocivas, como a inflação que subiu ou a bolsa que caiu 0,9%. O mesmo ocorre quando toleramos novelas que detonam bons costumes, vandalismos como se fossem shows e manobras políticas como se fosse 'assim mesmo'. E quando aceitamos sem reclamar ações de políticos que pisoteiam a Constituição. Eles não escamoteiam com o jogo dos noves; nem precisa mais.
É a nossa opinião.