Merecem elogios e serem prestigiadas iniciativas espontâneas como as do 'Cantinho do Baiano', no Parque Santo Antônio.
Quem de nós se der ao exercício de caminhar por Jacareí observando a 'paisagem', com certeza vai experimentar decepção. Não que a cidade seja feia; ao contrário, no que se refere à natureza somos das mais bonitas da região, merecedora do título de 'Portal do Vale'.
Ufanismos à parte, entretanto, precisamos reconhecer falhas, algumas destas – diga-se a bem da verdade – em fase de correção pelo poder público. Há comportamentos, entretanto, que também dependem de nós e de um longo período de maturação de personalidade social. Ideal a partir da infância, porém iniciável em qualquer ponto da vida. Vejamos:
Na rua Lamartine Delamare, por exemplo, cujo lado esquerdo é ocupado exclusivamente por prédios públicos, incluindo uma escola que ensina de crianças de creche a adultos de cursos profissionalizantes, o trecho de calçada mais próximo ao rio fica parte do dia 'bloqueado' para pedestres. Pessoas das proximidades deixam ali seus sacos de lixo para serem coletados. Igualmente acontece na Pompílio Mercadante, esquina da José Bento, onde gente das imediações colaboram na obstrução da calçada com semelhante lixo ensacado.
Já a rapaziada responsável pela coleta é pródiga em espalhar monturos em meio à pista das avenidas Amazonas, D. Pedro, e tantas outras, em determinados horários, para, algumas horas depois, passar com o caminhão para recolhê-los.
Lembra-se do que um dia foram lixeiras coloridas presas em postes de iluminação, na região central? Pois é outro 'fenômeno'. Praticamente todas foram destruídas, salvo (estranhamente) uma ou outra. Peças de metal de vasos sanitários, roubadas de banheiros à disposição do público em grandes comércios, são capítulo à parte; idem os roubos de fios de cobre onde estiverem 'no jeito'.
Por isto, merecem elogios e serem prestigiadas iniciativas espontâneas como as do 'Cantinho do Baiano' na Rua Olinda Mercadante (Parque Santo Antônio) que construiu com lixo reciclável uma exposição de arte a céu aberto numa ponta de terreno abandonado. É incrível o exemplo total de cidadania que a Fundação Cultural deveria estudar. Detalhe: não há qualquer indício de vandalismo àquela arte de rua.
É a nossa opinião.