O leitor que vota pode achar tudo isso muito confuso e até engraçado, mas chegou a hora de mudar a situação até por sobrevivência digna.
Não está fácil. "O viver humano é um jogo de pôquer'', compara o escritor português José Luís Peixoto, segundo ele próprio declarou na quarta-feira (29) em palestra a leitores brasileiros que foram prestigiá-lo no departamento de Língua Portuguesa da USP (Universidade de São Paulo), na Cidade Universitária.
Para quem não conhece, pôquer é um jogo de cartas, uma espécie de "truco metido a besta", mas de uma estratégia impressionantemente comparável às ações políticas universais, com destaque para as brasileiras.
Basta dizer que para os jogadores da modalidade serem bons precisam disfarçar suas intenções - tanto no pôquer quanto no truco -, de maneira que os demais sabem que estão sendo enganados, porém agem como se não soubessem; procuram fingir para o jogador da vez que não estão percebendo a trapaça, o qual (da vez) sabe que eles sabem e apenas espera a primeira oportunidade para enganá-los o quanto der.
No jogo, isto se chama 'blefe'; na política "promessas de campanha", em que o eleitor pede, o político anota e diz que fará, o eleitor sabe que não será feito e não vota no tal candidato, que também sabe que o eleitor não vai votar nele coisa nenhuma e não se obriga a cumprir o pedido.
O leitor que vota pode achar tudo isso muito confuso e até engraçado, mas chegou a hora de mudar a situação até por sobrevivência digna. Todos precisamos agir e no mínimo pensar em favor da nação e de seu futuro. Política não é jogo, mal que pode levar uma pessoa à desgraça, mas escolha errada de governante leva à desgraça milhões de pessoas inocentes. Evitar esta catástrofe só depende de cada um de nós em curto espaço de tempo.
Desnecessário lembrar que eleição remete seus efeitos para gerações atuais e futuras, de maneira que tais efeitos podem durar anos e até séculos. Nenhum de nós tem esse direito. É engraçado repetir, por exemplo, que "ladrão não rouba livros", quando deixamos um à vista dentro de nosso carro estacionado. Porém, muito triste; imagine quando os gatunos começarem a roubá-los…
É a nossa opinião.