Por Redação em Sábado, 06 Mai 2023
Categoria: Editorial

Justiceirismo cidadão

O alerta não é de agora, mas somente depois de acontecer o que se temia é que começam as reações em defesa do óbvio.

Você já deve estar sabendo, e como toda pessoa preocupada com nosso mundo provavelmente esteja inconformada, para não dizer revoltada. Adolescentes participaram de um desafio pela rede social e ingeriram em conjunto vários comprimidos de medicamentos de uma vez. Em seguida, um deles engoliu 14 comprimidos de uma droga anti-histamínica, para alergia, enquanto os outros filmavam a reação do infeliz para exibir no aplicativo 'Tic-Toc', agora em moda pela garotada.

O filmado teve convulsões e morreu depois de ficar internado por seis dias. O fato aconteceu nos Estados Unidos. Depois da tragédia, especialistas do mundo todo passaram reforçar o aviso desde sempre contido nas bulas de remédio para que medicamentos 'fiquem longe do alcance das crianças'.

Atente para o detalhe de que o alerta não é de agora, mas somente depois de acontecer o que se temia é que começam as reações em defesa do óbvio. Veja que o fato não está ligado a país menos cuidadoso com os constantes perigos latentes ao avanço tecnológico ao alcance dos mais vulneráveis. Pior. Vem de uma nação que influencia o mundo pela literatura, música, cinema e hábitos de vida. Um destes o de os responsáveis abandonarem crianças em casa à própria iniciativa, e com os agravantes da moda.

Este comentário vem a propósito da constatação de que as autoridades cuja missão é defender ao máximo a chamada paz social, surgem no cenário de sofrimentos depois do fato consumado, quando nada mais há que fazer além de lamentar o ocorrido. Este fato certamente será catalogado dentre as tragédias das escolas, o predomínio das drogas, o extermínio de vulneráveis e tantos outros.

Até quando?! Nesta mesma semana registrou-se a ocorrência de um 'motoboy' que assassinara um jovem tido como 'bom moço', sob a alegação de que a vítima havia tentado roubar-lhe o celular. Um fato ainda 'não catalogado' pelas autoridades especializadas. Teremos defensores em reserva para prática do 'justiceirismo cidadão'?!

É a nossa opinião. 

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