Timidamente as aulas voltaram em muitos municípios e mostram o quanto sofreram alunos dos seis aos 14 anos
Está mais que na hora de tratarmos a solução dos problemas brasileiros como um todo antes que nos impeçam de vez. Uma das agravantes desse pacote de dificuldades – deficiência na Saúde, desemprego e sangramento da Economia – outra esquecida volta a incomodar: a Educação deficiente.
Nela predominam a fragilidade dos escolares de primeiros estudos e a insegurança dos médios por prejuízos causados pelos estragos da pandemia. Há também problemas agravados pela politização que chega a ser criminosa. Sofrem milhões de jovens na trágica constatação de não existir a quem recorrer.
Timidamente as aulas voltaram em muitos municípios e mostram o quanto sofreram alunos dos seis aos 14 anos. Muitos tiveram sérias perdas pela dificuldade em estudar pela internet – boa parte por não dispor de celulares ou computadores – e, nas últimas séries, pela não adaptação ao ensino à distância.
Provado que, para esses jovens, estudar não é apenas frequentar aulas e receber matérias. Há vários elementos desde o acesso à alimentação proporcionado pelas escolas até o necessário equilíbrio psicoemocional para os que entram na adolescência.
Para completar, as dificuldades para enfrentar o Enem, primeiro passo para entrada nas faculdades. Já se fala em mais um ano de perdas irrecuperáveis para esse contingente de vítimas das faltas de engajamento dos mandatários do setor.
Autoridades em geral parecem ignorar o problema. Enxurradas de ataques entre si, como se os recursos institucionais servissem unicamente para a sobrevivência política de cada grupo – centenas de pedidos de impeachments das maiores, enquadramento na CPI do Senado para as médias e quebra de sigilo bancário para as demais. Ah, sim, uma novidade: em contraponto à plaquinha que Renan Calheiros exibe na mesa da CPI, com o número de mortos pela pandemia, foi sugerida uma 'placa maior' na fachada do Palácio do Planalto com 'com o número de dias sem corrupção no Governo'. Talvez não precise ser muito grande.
É a nossa opinião.