A abordagem da criminalidade relacionada às pessoas em situação de rua exige uma iniciativa sensível e completa.
A existência crescente na paisagem urbana de pessoas vulgarmente chamadas 'moradores de rua' é um desafio presente no mundo moderno. Nossa região não está livre do problema. A mais recente evidência está na capital paulista, em território conhecido como 'Cracolândia', pois seus reflexos já são sentidos em Jacareí, São José dos Campos e Taubaté (com intensidade nesta ordem), embora ainda em pequenas, mas preocupantes quantidades.Trata-se de uma ferida urbana com pontas visíveis nos cruzamentos ou locais com semáforos, ainda sem medida a exata da dimensão criminosa, camuflada esta pelos esmoleiros autênticos que buscam apenas sobreviver.
Uma noção da promiscuidade nesse quadro pode ser detectada pelo noticiário das ações da citada 'Cracolândia': pontos de desmanches de veículos roubados, receptação que encoraja roubos de cabos elétricos e telefônicos dos postes nas ruas, e a mais recente, o ousado assalto praticado em condomínios de residências e a bicicletas nas estradas rurais.
Voltando o foco para nossa região, um grupo esportivo de ciclistas de Jacareí, conhecido como 'turma do pedal', que organiza passeios da cidade à Represa do Jaguari, (cerca de 10km), prefere dar volta por São José dos Campos (30km) a cortar caminho pelo bairro Pagador Andrade, para completar o percurso, a fim de evitar o risco de ser assaltado em plena luz do dia no trajeto.
Portanto, a abordagem da criminalidade relacionada às pessoas em situação de rua exige uma iniciativa sensível e completa com vistas ao todo e não apenas à parte negativa. Com ações municipais e estaduais, principalmente, levando-se em conta a saúde, a sociabilidade reprimida pela realidade urbana e segurança geral da população, é possível reverter a escalada violenta que já se faz presente. Barrar o mal enquanto é tempo é a única ação eficaz para resolver o problema com a desejada justeza em que todas as partes sejam beneficiadas.
É a nossa opinião.