Por Redação em Sábado, 01 Novembro 2025
Categoria: Editorial

A Chacina no Rio e o Silêncio que ecoa pelo Brasil

​O que se viu foi uma sucessão de justificativas, versões conflitantes e um silêncio ensurdecedor sobre medidas concretas.

Na terça-feira, 28 de outubro, o Brasil testemunhou mais uma tragédia que se soma à longa lista de episódios de violência extrema registrados no País: a megaoperação policial nos Complexos do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro, que resultou em mais de 120 mortes. O número por si só já choca, mas o que se revela ainda mais perturbador é a forma como as autoridades e parte da sociedade têm reagido - ou deixado de reagir - diante de tamanha brutalidade.

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As reações são compreensíveis: indignação, medo, revolta, resignação. Mas o que se extrai de útil dessas emoções? Pouco, infelizmente. O que se esperava era uma resposta institucional clara, transparente e eficaz. Um plano emergencial que demonstrasse à população que o Estado está atento, presente e comprometido com a prevenção de novas tragédias. No entanto, o que se viu foi uma sucessão de justificativas, versões conflitantes e um silêncio ensurdecedor sobre medidas concretas.

É preciso lembrar que o terror não é exclusividade das grandes metrópoles. Cidades menores, muitas vezes desprovidas de estrutura policial adequada, são alvos fáceis do crime - seja ele organizado ou não. A ausência de políticas públicas consistentes e a negligência com a segurança básica tornam essas localidades vulneráveis a ações violentas que podem ocorrer a qualquer momento.

O episódio no Rio não é um ponto fora da curva. É um alerta. Um sinal de que estamos falhando em construir um país onde a vida seja preservada e respeitada. A falta de confiança da população nas instituições é reflexo direto da omissão diante de tragédias como essa. E enquanto não houver responsabilização, transparência e compromisso com a mudança, continuaremos a viver sob a sombra do medo.

Que Deus nos livre e guarde, sim. Mas que também nos inspire a exigir mais - mais justiça, mais humanidade, mais ação. Porque o silêncio das autoridades não pode ser a resposta para o clamor de um povo que sangra.

É a nossa opinião. 

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