Por Benedito Veloso em Sábado, 10 Mai 2025
Categoria: Filhos Brilhantes

O livro cada vez mais amigo

O Filho Brilhante entendeu que nosso mundo é ainda muito despreparado para um conceito de grande envergadura, mas está a caminho.  

Se você pensa que os livros estão perto de acabar, não conhece Sergio Ricardo Sakuma, bibliotecário da Biblioteca Municipal de Jacareí. Ele trabalhava fazia uns 15 anos no centro de informações de uma empresa de importações, um gênero de trabalho e produção "de tudo", como ele mesmo explica. Local perfeito para você travar amizade com o conhecimento; um dos locais onde você "toma conhecimento com tudo", diz.

Sim, mas isto não parece algo muito atraente num mundo complicado como o que vivemos, em que encontrar um paradigma que nos oriente quanto "o por que" de estarmos "aqui" é quase impossível.

Quando quase nem pensava mais isso veio veio-lhe a ideia do livro: "Foi uma questão fascinante!" De certa forma, podemos pensar em um livro como um grande paradigma da informação porque ele estrutura conhecimento, transmite ideias e mantém registros históricos. Livros são uma forma organizada e intencional de armazenar e compartilhar informações, funcionando quase como um modelo para qualquer criação humana que envolva a sistematização do conhecimento.

Se compararmos com outras criações humanas—como softwares, arquiteturas, músicas ou teorias científicas—percebemos que todas elas possuem formas de organização, contexto e significado próprios, muito parecido com um livro. Por exemplo, o código de um software pode ser visto como "texto" que transmite uma lógica de funcionamento, e uma construção arquitetônica pode ser entendida como um "livro físico" que comunica uma intenção estética e funcional.

Por outro lado, há criações humanas que são mais abstratas, espontâneas e menos estruturadas do que um livro, como certos tipos de arte ou expressões culturais. Nesse caso, o paradigma do livro talvez não se encaixe tão bem como referência, mas paralelamente ele pode ser "uma espécie de esteio para quaisquer realizações humanas", defende Sérgio Ricardo.

O Filho Brilhante entendeu que nosso mundo é ainda muito despreparado para um conceito de grande envergadura, mas está a caminho. Nosso entrevistado também. Iniciou o curso de biblioteconomia e nunca mais abandonou o amigo livro; sorte do público leitor. 

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