Hoje tudo tem de ser politicamente correto, dentro das normas de cotas, tal coisa não pode, outra é obrigatória etc.
A cerimônia do Oscar, bem como as escolhas dos vencedores, virou enorme patifaria de uns tempos para cá. Tanto que eu, fã ardoroso da premiação e de sua história, 'larguei mão' de acompanhar a solenidade e também de assistir aos concorrentes. Hoje tudo tem de ser politicamente correto, dentro das normas de cotas, tal coisa não pode, outra é obrigatória etc. Clima horrível, deveras. Enfim, sei que trato deste assunto quase todo o tempo. Está cansativo.
Porém, no mês que vem uma efeméride interessante será comemorada na Academia de Artes: 95 anos da primeira festa de entrega das estatuetas. 'Festa' não seria a palavra certa. Em 16 de maio de 1929, no Hotel Hollywood Roosevelt, (Los Angeles – Califórnia), a reunião número 1 ocorreu num jantar privado com 36 mesas e o banquete – 270 pessoas participaram, com ingressos a 5 dólares (cerca de 400 reais hoje). As celebridades (quando o uso desta palavra não havia se estragado) chegaram em veículos de luxo, já com fãs na porta do hotel querendo chegar perto das estrelas. Emissoras de rádio nada transmitiram.
Douglas Fairbanks, diretor da Academia, que havia sido criada 2 anos antes por Louis Mayer, coordenou os trabalhos. Apenas 15 minutos durou os 'comes e bebes'. Aliás, Mayer, ao bolar o 'Oscar', disse a frase: "Descobri a melhor maneira de lidar com cineastas: entrego medalhas a todos. Se eu lhes desse taças e prêmios, se matariam para produzir o que eu queria. Por isso, fiz o Oscar."
Cedric Gibbons, diretor de arte da MGM, projetou o objeto dourado. Os concorrentes receberam a notificação por telegrama enviado em fevereiro de 1928. O Conselho Central de Juízes da Academia foi contatado a decidir os ganhadores. Mas, segundo o diretor King Vidor, a escolha do melhor filme ficou restrita aos fundadores Fairbanks, Mayer, Sid Grauman, Mary Pickford, Joseph Schenck. Tempo de galãs e de beldades que se tornariam lendas da Sétima Arte.